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Inaugurada Unidade de Medicina de Reprodução da Covilhã

Secretário de Estado da Saúde visitou o primeiro centro a poder fazer fertilização “in vitro” no interior do país

«Uma mais-valia evidente para a população». O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira não duvida dos benefícios que a Unidade de Medicina de Reprodução, inaugurada na última terça-feira, vai trazer à região. Presente na cerimónia, o secretário de Estado da Saúde garantiu que a procriação medicamente assistida não vai ser afectada pelos cortes orçamentais anunciados para 2011.

O presidente do CHCB realçou que, a partir de agora, «pessoas que tinham que se deslocar 400 ou 600 quilómetros para poderem realizar o sonho ou o desejo de ter um filho poderão fazê-lo aqui muito mais perto», o que se traduz numa poupança de «muitos milhares de euros», tendo em conta que cada casal tinha que fazer aquele percurso «muitas vezes antes de iniciarem o tratamento». João Casteleiro explicou que já foram realizadas «mais de mil consultas desde o início do ano», sendo que «à grande maioria» dos casais «basta uma boa consulta de obstetrícia para resolver o seu problema». De resto, apesar da zona laboratorial, dotada de «tecnologia de ponta» para a fertilização “in vitro”, só ter sido inaugurada esta semana, o médico assegurou que «já há mulheres grávidas graças a este centro». Recordou, a propósito, um estudo feito pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade da Beira Interior, que concluiu que «só na nossa zona de influência havia mais de 1.300 mulheres que eram potenciais utilizadoras deste centro», sendo certo que a esterilidade não afecta só o sexo feminino.

João Casteleiro espera que o primeiro bebé proveta da Beira Interior possa nascer «muito rapidamente», frisando que a nova unidade vai «proporcionar às pessoas condições de vida que lhes permitam procurar o interior do país» para viver. Igualmente satisfeito com a inauguração ficou o secretário de Estado da Saúde, até por ser «das únicas do interior» e por estar «extremamente bem estruturada e bem equipada em termos técnicos e físicos», com um corpo de profissionais «altamente qualificados». Por isso, Óscar Gaspar considerou haver «todas as condições para que a área de influência vá bastante para lá do Centro Hospitalar». Por outro lado, o governante recordou que a infertilidade é uma doença que atinge um número bastante significativo de portugueses e que a unidade da Covilhã representa um investimento que ronda os 800 mil euros, «apoiados pelo Ministério da Saúde, integrado num programa de 12 milhões de euros em 2010 e outro tanto em 2011» para estas unidades a nível de todo o país.

«Não há nenhum corte, pelo contrário. Esta continua a ser uma aposta forte, porque há muitos portugueses com problemas de infertilidade e para fazer face à baixa de natalidade», salientou. Óscar Gaspar elogiou ainda o trabalho que está a ser feito pela «administração e profissionais» do CHCB, que «é hoje uma referência importante a nível nacional na saúde pelos ganhos que foram conseguidos, pela evolução em termos do desempenho dos cuidados prestados e também pela evolução muito favorável em termos financeiros». Assim, o Centro Hospitalar «é uma boa prova de como é possível fazer mais e melhor, mas também ter preocupação com a parte do financiamento», elogiou. O governante visitou ainda as instalações do novo edifício do Hospital do Fundão.

Ricardo Cordeiro Óscar Gaspar, à direita, salientou que a unidade está «bem equipada em termos técnicos e físicos»

Inaugurada Unidade de Medicina de Reprodução
        da Covilhã

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