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Imago recebeu 746 filmes para o festival que começa em Outubro

Maior participação de sempre abrange os cinco continentes e conta com uma maior participação de Portugal nas secções competitivas

Até ao momento, a Cooperativa Cinema Jovem, responsável pela organização do Imago – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Jovem, já seleccionou 39 filmes para apresentar na Competição Internacional e no “Docs in Shorts” (curtas de documentários), no Pavilhão Multiusos do Fundão de 2 a 9 de Outubro. Até segunda-feira, a organização do certame pensa seleccionar entre 10 a 13 filmes, das 746 inscrições vindas dos cinco continentes que o certame já recebeu para esta edição.

Além de terem recebido mais 239 filmes em relação à última edição do evento, em 2002, a quinta edição do Imago vai ainda acolher pela primeira vez filmes do continente africano e ter a «maior representação de sempre de Portugal na competição internacional», onde estão já seleccionadas cinco películas. Dos filmes seleccionados, 14 são ficções, dez animações, cinco experimentais e dez documentários, vindos de 18 países diferentes, entre os quais o Irão, Israel, Perú, Colômbia, Noruega, Japão ou Suíça. «É assim fácil constatar que o Imago é já o maior evento dos que se realizam em toda a região», frisou Pedro Ramos, presidente da CCJ, a “O Interior”. A secção “Panorama Nacional” foi «cancelada» nesta edição por «não acrescentar um valor significativo ao programa» e porque os filmes portugueses seleccionados «encontram uma maior exposição e visibilidade enquadrados na competição internacional e no docs in shorts», explica o responsável.

Para além do Pavilhão Multiusos, que será adaptado como sala de cinema para projectar os filmes das duas secções competitivas internacionais e com capacidade para receber entre 180 a 200 pessoas, aquele que já é considerado o maior festival internacional de cinema e vídeo jovem da região irá contar com mais dois espaços de programação: o “Heineken Open Space” e o “Sound & Vision Experience powered by MTV”. O primeiro irá decorrer num espaço “chill out” equipado para exibir programas e retrospectivas dedicados à vídeo criação, documentários, making offs, vídeo clips e vídeo arte, «que pretende dar visibilidade às formas mais marginais, inovadoras e actuais do audiovisual», salienta Pedro Ramos. Os Le Hammond Inferno (Holger Beier e Marcus Liesenfeld), responsáveis pela editora Bungalow, prometem ser o grande destaque deste espaço com a apresentação do programa “This is Bungalow”, composto por 28 vídeos produzidos para promover os diversos projectos musicais. Para ver e ouvir, há trabalhos desta dupla, mas também dos Stereo Total ou Yoshinori Sunahara. Este espaço irá ainda acolher o Muvies PT, um programa que, ao longo da semana, vai dar destaque a vídeo-clips de projectos nacionais. “Porko” do projecto “Kubik” do guardense Victor Afonso e “Gnoma”, dos Mão Morta, estão já confirmados.

Mais música este ano e mais duas secções competitivas em 2005

O “Sound & Vision Experience powered by MTV” aparece também este ano completamente renovado com mais actuação ao vivo, mais Dj’s internacionais, mais vídeo-jamming e vídeo-clips. Instalado num espaço que irá decorrer entre um palco a instalar no Multiusos e o English Club, passarão nesta secção «alguns dos projectos mais interessantes da electrónica, pop, hip hop internacional e nacional», destaca Pedro Ramos. Caberá ao maestro Luís Cipriano a abertura do evento, ao musicar ao vivo o filme “The Kid” de Charlie Chaplin com uma partitura original. Mas neste “Sound & Vision Experience powered by MTV”, destacam-se ainda a dupla alemã “Le Hammond Inferno” e os “Twang”, que prometem ser uma das «maiores surpresas do festival» ao juntar em palco os músicos Jamie Lidell e Mike Denny com a produção cinemática do canadiano Pablo Fiasco. Já o encerramento do festival, a 9 de Outubro, será também com um filme-concerto. “Le Brasier Ardent”, realizado pelo russo Ivan Mosjoukine em 1923, irá ser musicado ao vivo pelo duo britânico ALPHA, especialista na música electrónica e que colaboram com o grupo “Massive Attack”. O festival vai ainda presentear os cinéfilos com uma retrospectiva de Mathew Herbert e uma prospectiva dedicada à carreira inicial de Martin Scorsese.

O objectivo deste ano é «superar a barreira dos dez mil espectadores», refere Pedro Ramos, que adianta ainda que em 2005, o Imago passará a ter mais duas secções competitivas: o “Free Screen” e o “Projecto Nacional”. O primeiro, será dedicado aos filmes produzidos para vídeos até 15 minutos por jovens realizadores com um orçamento inferior a 2500 euros, enquanto que o segundo será uma competição de curtas metragens de qualquer género que estarão em workshops de desenvolvimento durante uma semana e que serão depois avaliados por um júri nacional.

Liliana Correia

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