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Igualdades desfeitas

Mileu esteve a perder, mas acabou por vencer “derby” concelhio frente ao Vila Cortês do Mondego

Num jogo cujo aliciante era colocar frente a frente duas equipas do concelho da Guarda em igualdade pontual na tabela, e até com os mesmos 19 golos marcados, o Mileu acabou por ser mais feliz e levou de vencida o Vila Cortês do Mondego, que não merecia perder por dois golos de diferença. Com este resultado, numa partida presenciada por um número apreciável de adeptos, a equipa da capital de distrito subiu ao sétimo lugar.

Os locais entraram melhor e criaram muito perigo logo aos dois minutos. Zé Tó entrou na área descaído para o lado esquerdo e rematou cruzado rente ao poste. Mas os forasteiros melhoraram e dispuseram também de algumas ocasiões. Aos 7 , viram mesmo um golo anulado por o árbitro assistente ter entendido que o guarda-redes do Mileu sofreu falta na disputa de um lance aéreo antes de Nelson marcar. Na resposta, aos 20 , os locais estiveram muito perto de abrir o marcador. Ginha teve uma boa jogada na direita e depois cruzou rasteiro para a pequena área, onde Zé Tó se antecipou a Paulo Araújo, valendo Vasco para evitar o golo em cima da linha. Numa altura em que a partida estava equilibrada, o Vila Cortês abriu o activo aos 34 , na transformação de um livre directo à entrada da área. Quando toda a gente pensava que seria Rui Ascensão a cobrar a falta, foi Xano que rematou forte e colocado, de nada valendo a estirada de Bruno. Os visitantes insistiram no contra-ataque e, aos 36 , o rápido Titá serviu Rui Ascensão que cabeceou um pouco por cima da baliza. Volvidos dois minutos, Luís Maio viu o guarda-redes contrário negar-lhe o golo na cobrança de um livre.

No reatamento, Liberalino Almeida mexeu na equipa com o intuito de dar a volta ao marcador, enquanto o Vila Cortês apostava cada vez mais nos pontapés longos para os seus homens mais avançados, com Titá em evidência. Apesar do domínio do Mileu, as oportunidades de golo aconteceram para as duas equipas e, aos 56 , Zé Tó teve uma boa iniciativa individual, mas rematou ao lado. Dois minutos depois, Xano apareceu frente a Bruno, só que, apertado por um defesa, falhou o “chapéu” por muito pouco. Aos 59 , o técnico dos locais apostou tudo ao fazer entrar mais um avançado. Contudo, apesar dos muitos atacantes, foi um defesa quem empatou a partida. Aos 63 , Ferreira tentou a sua sorte de fora da área e marcou, num lance em que Paulo Araújo poderia ter feito melhor, apesar da bola ter saltado no chão antes de entrar na baliza. No minuto seguinte, Titá arrancou uma grande jogada na esquerda, levando a melhor sobre Ricardo, mas Bruno negou-lhe o golo. Já aos 67 aconteceu o caso do jogo. Lance dividido entre Nelson e Zé Tó na grande área dos visitantes, com o avançado do Mileu a estatelar-se no chão e Pedro Afonso a apitar de pronto para a marca de grande penalidade. A decisão motivou muitos protestos do Vila Cortês e também nos suscitou algumas dúvidas. Indiferente à polémica, Luís Maio fez o 2-1.

Em desvantagem, os visitantes tentaram reagir, mas pouco perigo criaram, com excepção do remate rente ao poste de Xano, aos 78. O jogo perdeu interesse nos últimos minutos, já que os homens do Vila Cortês quiseram fazer tudo muito depressa, enquanto os locais aproveitaram para perder tempo sempre que podiam. O resultado final foi estabelecido aos 91 , quando o Vila Cortês estava reduzido a 10 unidades. Ricardo foi até à linha de fundo e, sem ângulo, rematou forte contra as mãos de Paulo Araújo, que acabou por introduzir a bola na sua baliza. A arbitragem de Pedro Afonso fica marcada pelo lance do penalti, para além de ter exagerado na expulsão de Júlio.

Ricardo Cordeiro

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