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Igreja manuelina de Olivença eleita “O Melhor Recanto de Espanha”

A Igreja de Santa Maria Madalena, de estilo manuelino, situada em Olivença, foi considerada “O Melhor Recanto de Espanha” num passatempo promovido pela petrolífera Repsol cujo resultado da votação foi conhecido ontem à noite.

O imóvel, datado do início do século XVI, ficou à frente da Lagoa da Cigana (Castilla La Mancha), segunda classificada, e do Forau de Aiguallut (Aragão), numa votação que decorreu na Internet. Rica em azulejos e em motivos decorativos marítimos que remetem para a época dos Descobrimentos portugueses, a Igreja de Santa Maria Madalena (Extremadura) é visitada diariamente por centenas de turistas. A distinção já foi comentada pelo presidente da Associação Amigos de Olivença, para quem «mais do que ficarmos todos contentes por a Igreja de Olivença se tornar símbolo de Espanha, o que temos de exigir é que este território seja devolvido, já que Olivença é considerado pelo Estado português e por uma parte da opinião pública como um território ilegalmente ocupado por Espanha».

Para Fernando Castanheira, «o desenrolar deste concurso repousa sobre um grande paradoxo inicial: que a Estremadura espanhola tenha como símbolo seu a Igreja de Olivença, uma igreja tipicamente portuguesa, uma joia da arquitetura portuguesa do século XVI que é a segunda igreja mais representativa do estilo manuelino a seguir ao mosteiro dos Jerónimos». O dirigente considerou ainda ser «paradoxal» que, «depois de 200 anos de ocupação espanhola de Olivença, de alienação cultural, de tentativa de apagar a língua portuguesa, o representante deste concurso espanhol seja uma obra tipicamente portuguesa, que não tem absolutamente nada de espanhol».

Contudo, o presidente da Associação Amigos de Olivença, que reclama há décadas pela devolução deste território, a vitória da Igreja de Santa Maria Madalena deve-se ao «esforço da população oliventina» como forma de «reforçar a sua visibilidade dentro do Estado espanhol», mas Fernando Castanheira acha que isso deve provocar uma reação do Estado português.

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