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Igreja impugna assinaturas de Virgílio Bento

José Igreja, candidato do PS à Câmara da Guarda, apresentou no tribunal local um pedido de impugnação das assinaturas dos proponentes das listas do movimento “A Guarda Primeiro”, liderado por Virgílio Bento. O objetivo é conseguir que o juiz decrete a inelegibilidade dos elementos da candidatura independente que concorrem à Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia.

Segundo o socialista, «as assinaturas são nulas porque os proponentes não conheciam inequivocamente os candidatos daquele movimento quando subscreveram propositura. Ora, a lei eleitoral diz que deve ser inequívoca a aceitação da propositura». José Igreja recorda que os nomes dos elementos das listas só foram conhecidos no início de agosto, mas que «há assinaturas de abril, maio, junho e julho em documentos sem carimbos, ou nalguns casos colocados depois». De acordo com o cabeça-de-lista do PS, «os papéis em causa davam para tudo, porque nada identificava os elementos da lista dita independente. Muita gente assinou mas pensava que não era para essa finalidade ou para aquelas pessoas, uns porque apoiam o Virgílio Bento mas não gostam do Manuel Rodrigues, por exemplo».

Virgílio Bento já reagiu a esta contestação. O candidato independente acusa o adversário de dizer «algumas inverdades» e garante que quem assinou as proposituras «sabia muito bem o que estava a fazer e para quem estava a assinar». O atual vereador sem pelouros da autarquia considera «estranha» a atitude da candidatura de José Igreja, mas lamenta que «queira ganhar na secretaria o que já perdeu no terreno, porque as assinaturas entregues no tribunal são válidas». Virgílio Bento comentou também o facto do tribunal ter considerado João Prata inelegível, validando a impugnação interposta pela sua candidatura: «Era uma decisão esperada, uma vez que a lei é clara e ele atingiu o limite de mandatos previstos. Mas caberá ao Tribunal Constitucional decidir em última instância», declarou.

O líder de “A Guarda Primeiro” reconheceu ainda que a possibilidade de usar o “G”, o símbolo do movimento, no boletim de voto é «importante» em termos de reconhecimento por parte dos eleitores e desvalorizou a reclamação apresentada por Baltasar Lopes, que o juiz não considerou válida. «Estranho que só agora tenham avançado com as reclamações porque a decisão já tem mais de um mês», afirmou, dizendo-se «tranquilo» relativamente ao recurso do candidato independente ao Constitucional para exigir tratamento igual fundamentando-se num parecer da Comissão Nacional de Eleições (CNE), segundo o qual, «em face do enquadramento legal em vigor, o símbolo do grupo de cidadãos é um número romano, de I a XX , sorteado pelo juiz do tribunal da comarca, no dia seguinte ao termo do prazo de apresentação das candidaturas», lê-se no documento.

Caso haja uma decisão contrária a esse pressuposto legal, a CNE refere que a candidatura “Juntos pela Guarda” poderá sempre «socorrer-se dos meios contenciosos com vista à eventual modificação daquela decisão, através da apresentação de reclamação, perante o tribunal, seguido de eventual recurso para o tribunal constitucional». Entretanto, nos últimos dias, Baltasar Lopes ficou de suprir várias irregularidades nas assinaturas de proponentes que apresentou em tribunal, numa situação reclamada pela candidatura de Virgílio Bento.

Nuno Almeida queixa-se na PJ

Nuno Almeida apresentou uma queixa na Polícia Judiciária contra desconhecidos e falsificação de documentos após dois blogues terem divulgado um email anónimo, alegadamente enviado da conta pessoal do presidente da concelhia do PS e diretor de campanha de José Igreja em que se pedia o nome dos funcionárias da Câmara que apoiavam Virgílio Bento.

«Não sou o autor do referido email, que é uma manobra delatora e injuriosa com o único propósito de prejudicar esta candidatura», disse Nuno Almeida, que estranha que um dos blogues tenha publicado o referido email «antes do mesmo ter sido supostamente enviado da minha conta». Também José Igreja garantiu que «esta tentativa de intimidação não parte de nós, o que nos parece é que houve uma intenção absurda e velhaca de apontar para pessoas desta candidatura». De resto, o candidato sublinhou que «não há qualquer intenção de coarctar a posição das pessoas», mas logo acrescentou que o partido tem «regras e estatutos que devem ser cumpridos pelos militantes».

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