Seguro esteve hora e meia em S. Bento e fala às 17 horas. Primeiro-ministro quer afinar com o líder do PS uma metodologia de trabalho e tentar acordo para além da austeridade.
A delegação reforçada do Governo que Passos Coelho levou para a audiência de hoje com António José Seguro em São Bento – e que integrou, além do PM, os ministros Vítor Gaspar, Poiares Maduro e Mota Soares – deu o sinal claro de que o primeiro-ministro decidiu, desta vez, apostar forte na tentativa de envolver o PS nas pesadas reformas que tem em mãos.
«Isto é o princípio de um processo de aproximação. A ideia é afinar uma metodologia de encontros e esta ser a primeira de várias outras reuniões», afirmou ao Expresso fonte governamental.
O Executivo argumenta com a necessidade de definir uma agenda para além da austeridade e António José Seguro terá saído da reunião com abertura do Governo para acolher propostas do PS que sejam viáveis na vertente crescimento e emprego.
Do ministro das Finanças, o líder socialista recebeu um elogio pelo apoio que deu publicamente à negociação da passada semana, em Dublin, onde o Governo conseguiu garantir o alargamento das maturidades dos empréstimos a Portugal. Vítor Gaspar destacou a importância decisiva dessa negociação para que Portugal possa voltar aos mercados.
Acusado pelo PS de estar a agir a mando da troika, o Governo rejeita a ideia. «É evidente que a troika tem todo o interesse num consenso que entende ser fundamental para que consigamos ir além da consolidação orçamental», afirma fonte oficial, sublinhando que «o que está em causa é manter o grande consenso europeu».
A reforma do Estado é a grande questão. A presença do ministro da Segurança Social na reunião de hoje em São Bento, sinaliza o convite aos socialistas para aderirem à reflexão sobre a reforma do Estado Social. A convicção do lado do Executivo, é que António José Seguro não fechou portas e que o diálogo tem condições para continuar.
