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I Festival da Memória Sefardita Portuguesa em Novembro

Evento pretende contribuir para recuperar a história da comunidade judaica e ajudar a desenvolver a região

O presidente da Turismo Serra da Estrela acredita que o património judaico está mal explicado e mal explorado turisticamente. Jorge Patrão criticou a existência de «uma certa inércia» nacional face ao tema durante a apresentação do I Festival da Memória Sefardita Portuguesa, que vai realizar-se entre 1 e 7 de Novembro em Belmonte, Guarda e Trancoso.

Com esta iniciativa pretende-se recuperar as histórias que ainda vivem na memória dos descendentes de judeus sefarditas, que foram obrigados a abandonar a Península Ibérica para escapar às perseguições da Igreja Católica através da Inquisição. As actividades estão centradas na Guarda, cujo TMG acolhe o I Congresso Internacional da Memória Sefardita. Estudiosos, especialistas nacionais e internacionais, e comunidade judaica juntam-se para debater diferentes temas como “Os sefarditas portugueses e a globalização” ou o “Impacto da herança judaica no turismo”, entre outros. O festival caminhará também pela Rota das Antigas Judiarias, estendendo-se a Trancoso e Belmonte, vila onde ainda existe uma das últimas comunidades de descendentes de judeus sefarditas. Uma palestra do rabino Elisha Salas, um concerto de música sefardita e uma visita à Sinagoga e Museu Judaico são algumas das iniciativas agendadas para Belmonte.

Já em Trancoso, o município aproveita para apresentar, a 4 de Novembro, o Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso, que incluirá «uma réplica de uma sinagoga», revelou Júlio Sarmento, presidente da autarquia. Na véspera, será a vez da Câmara da Guarda desvendar a Casa da Memória, Identidade e Património – Aristides de Sousa Mendes. O facto de a maioria das actividades estar centrada na Guarda não desagrada ao presidente do município de Belmonte. «Faz todo o sentido que o tema seja alargado, porque Belmonte não pode querer chamar a si toda a centralidade desta iniciativa», declarou Amândio Melo. A organização do festival pretende que o evento contribua ainda para o desenvolvimento da economia da região, nomeadamente com a tentativa de cativar «mais empresas a produzir diferentes produtos “kosher” [alimentos de tradição judaica]», referiu Jorge Patrão. As entidades organizadoras ainda não possuem números exactos de inscrições no festival, mas esperam contar com a participação de centenas de pessoas.

Participantes vão descobrir as antigas judiarias de Guarda e Trancoso

I Festival da Memória Sefardita Portuguesa
        em Novembro

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