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Hospital de Seia sem internamento e cirurgia

Obras de construção do novo hospital vão obrigar ao encerramento daqueles serviços entre Outubro e Dezembro

O Hospital de Seia vai ficar sem os serviços de Internamento e Cirurgia entre Outubro e Dezembro, por causa das obras de construção do novo hospital. A proximidade do actual edifício com o novo está na origem do seu encerramento por «razões de segurança». Durante esse período, os doentes serão encaminhados para o Hospital da Guarda.

A partir de 1 de Setembro, o Hospital de Nossa Senhora da Assunção vai deixar de receber novos doentes na Medicina Interna e, no caso da Cirurgia, o mesmo sucederá a partir do dia 12. «O encerramento será temporário e por razões de segurança, porque o edifício dista apenas metro e meio do alçado principal do novo», justifica Eduardo Silva, presidente do Conselho de Administração (CA) da unidade de saúde senense, acrescentando que o que se pretende com esta medida é «garantir a boa circulação de pessoas e visitas, bem como assegurar o normal acesso das ambulâncias e restantes veículos». Até final de Setembro, os serviços de Urgência, laboratórios, o refeitório e Raio-X serão transferidos para as novas instalações. Depois, o antigo edifício, erigido em 1930, será demolido. Seguem-se os arranjos exteriores das novas instalações e, «até ao final do ano», Eduardo Silva espera que o novo hospital possa estar «a funcionar em pleno».

Até lá, os utentes serão transferidos para o Hospital da Guarda «como primeira referência» ou para Viseu. Também por razões de segurança. o bloco operatório não poderá funcionar durante o mesmo período, «devido a trepidações e ao pó, que poderia provocar infecções», adianta Eduardo Silva. «É muito movimento e não podemos arriscar que, no decorrer de uma intervenção cirúrgica, haja um corte de energia», exemplifica.

Sobrecarga no Hospital da Guarda

Durante este período, o Hospital Sousa Martins (HSM) vai receber os utentes de Seia. Fernando Girão, presidente do CA do HSM, adianta que «vai haver sobrecarga, não tanto na área cirúrgica, mas mais na medicina interna». À partida, e caso não haja capacidade para receber a totalidade dos doentes, estes deverão ser encaminhados para Viseu. «Mas a verdade é que não sabemos como vamos fazer», confessa o responsável, revelando que tudo vai depender «de reuniões» entre os dois Conselhos de Administração. Mas uma coisa é certa para Fernando Girão: «Já estamos em sobrecarga neste momento e o Hospital de Seia ainda tem uma área de influência grande».

Investimento de sete milhões de euros

O edifício que vai substituir as actuais instalações do Hospital de Nossa Senhora da Assunção está a ser construído desde Setembro de 2006 e tem um custo global superior a sete milhões de euros. A empreitada contempla praticamente toda a unidade, com excepção dos serviços administrativos e da consulta externa, ambos a funcionar em instalações erigidas há 12 anos e que vão manter-se. O edifício, de quatro pisos, está a ser implantado numa área sobranceira ao hospital actual – cuja estrutura será demolida após a conclusão do novo equipamento. A obra vai permitir o crescimento do internamento. A unidade conta, actualmente, com 35 camas, mas passará a dispôr de 25 só para Medicina Interna, nove para Cirurgia, 30 para Convalescença e 10 destinadas aos Cuidados Paliativos. De resto, será construído um novo bloco operatório, serviços de Urgência e Imagiologia, para além da cozinha, refeitório, armazéns e a criação de uma zona de estacionamento no exterior.

Rosa Ramos

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