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Hospital da Guarda entre os menos satisfatórios para o utente

studo da Universidade Nova de Lisboa revela os níveis de satisfação do utente da rede hospitalar em Portugal

O Hospital Sousa Martins, na Guarda, surge como um dos menos satisfatórios para os utentes no âmbito de um estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa.

A investigação, recentemente publicada pelo “Jornal de Notícias”, mostra o grau de satisfação dos utentes da rede hospitalar portuguesa nas áreas de internamento, urgência, cirurgia de ambulatório e consultas externas.

Apesar da opinião dos doentes lhe ter concedido o grau de “satisfatório”, no conjunto dos índices avaliados, o hospital guardense surge na pior posição, acompanhado de outras unidades do país. O presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda diz não ter ficado surpreendido com os resultados. Considerando que o Hospital Sousa Martins «não ficou numa má posição face à média geral», Fernando Girão admite que «há áreas onde é preciso dar razão aos doentes», nomeadamente no internamento, que «é o nosso ponto fraco». O médico adianta que a falta de espaço é um problema que será resolvido com as novas instalações, actualmente em construção. «Neste momento temos algumas enfermarias com seis camas e é natural que os doentes se queixem», disse. No internamento, o Sousa Martins regista um índice de satisfação de 79,2 por cento.

Mas é nas Urgências que o hospital atinge um índice mais baixo: 67 por cento. O estudo revela que o tempo que os portugueses demoram a ser atendidos na Urgência é, aliás, o ponto fraco dos hospitais portugueses. Segundo Fernando Girão, há alturas do ano em que é normal o índice de satisfação descer, «porque há mais utentes e menos profissionais». E exemplifica com o Verão, «um período em que há mais gente, com a chegada dos emigrantes, e menos profissionais ao serviço por estarem de férias». Já na cirurgia de ambulatório, o hospital regista um valor de satisfação de 80 por cento, uma taxa que, apesar de ser inferior à média, agrada ao presidente da ULS: «É resultado de um esforço muito grande por parte dos profissionais, já que esta área costuma estar sobrelotada», afirma.

Fernando Girão considera também que, na área do atendimento por médicos e enfermeiros, o Sousa Martins «está muito bem». Este é, desde logo, um aspecto que acaba por receber notas positivas na maioria dos hospitais avaliados. «Na Guarda ainda há muita coisa a melhorar», afirma o responsável. O estudo foi realizado pelo Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa para a Administração Central dos Sistemas de Saúde e baseou-se num inquérito feito a mais de 28 mil utentes, em 62 hospitais de todo o país.

Catarina Pinto

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