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Hospital da Covilhã sem ecografias

Situação decorre desde o caso da parturiente que perdeu o rim numa cesariana, em Agosto

O Hospital Pêro da Covilhã deixou de fazer ecografias às grávidas que não são assistidas e seguidas pelos médicos daquela unidade. Esta situação acontece desde finais do mês de Agosto, altura em que ocorreu um incidente com uma paciente, que chegou a perder um rim na sequência de um parto por cesariana.

Em causa está o facto do médico responsável pelo parto não estar, actualmente, a desempenhar funções, o que levou o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital covilhanense a ficar limitado para conseguir dar resposta imediata à realização daquele tipo de exames às grávidas consideradas externas. No entanto, «continuam a fazer tudo o resto», assegura o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). Miguel Castelo Branco explica tratar-se apenas de uma dificuldade «temporária» causada pela «falta de médicos que saibam fazer os exames» e que não tem a ver «concretamente» com o caso da cesariana mal sucedida. Aliás, «pode ter a ver», reflecte Miguel Castelo Branco, uma vez que «havia uma pessoa que fazia estes exames e deixou de fazer», constata. A suspensão da realização de ecografias está a causar alguns transtornos para as grávidas que têm agora que recorrer a outros sítios, nomeadamente a clínicas privadas, suportando os custos, elevados para muitas famílias. Segundo o que “O Interior” conseguiu apurar junto de pais que pediram o anonimato, a maior parte das grávidas da Covilhã têm que se deslocar à Guarda para realizar esses exames, uma vez que na “cidade neve” os locais são poucos e sem condições para darem resposta às solicitações.

Miguel Castelo Branco encara a situação com preocupação, embora considere que as ecografias feitas até agora no CHCB podem ser realizadas «noutro sítio qualquer», esclarece. Ainda assim, o presidente do Conselho de Administração entende que se trata de uma suspensão «apenas nesta fase», até porque já foi solicitado ao serviço responsável que volte a realizar os exames e que seja reposta a situação. Algo que não tem data marcada para acontecer, pelo menos enquanto não chegar à Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Pêro da Covilhã um profissional que saiba fazer este tipo de exames. «Não estamos satisfeitos com esta situação», garante Miguel Castelo Branco, acrescentando que tem sido «muito complicada» sobretudo por ser um serviço «muito sensível» do hospital. Recorde-se que o caso da parturiente que perdeu um rim veio a público em Agosto depois de especialistas do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos darem início a um inquérito interno para averiguar o que aconteceu naquele parto por cesariana.

Bactéria de Verão «controlada»

A bactéria que invadiu o Hospital Pêro da Covilhã no mês de Agosto, transmitida por pacientes infectados com micróbios trazidos de unidades de saúde de fora da região, parece já estar extinta. A garantia é de Miguel Castelo Branco, que assegura a “O Interior” estar «tudo controlado». Segundo este responsável, a Comissão de Controlo e Desinfecção Hospitalar do Centro Hospitalar da Cova da Beira foi «imediatamente» accionada e nesse âmbito «houve adaptação de medidas concretas». Todavia, parece haver outras bactérias que teimam em não deixar alguns serviços do hospital covilhanense. De acordo com alguns funcionários da casa, que pediram o anonimato, parece haver algumas infecções causadas pela falta de higiene dos profissionais de saúde, sobretudo ao nível da lavagem das mãos e da troca de luvas. Miguel Castelo Branco considera esta denúncia «um absurdo» e garante que não tem conhecimento da situação. Por outro lado, adianta que a Comissão de Controlo e Desinfecção Hospitalar interna tem que «ter maior atenção com as práticas quotidianas», mas assegura que «não há nenhum problema concreto».

Rita Lopes

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