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Hospital da Cova da Beira está «a trabalhar melhor» desde a empresarialização

Miguel Castelo Branco garante que aumento da produtividade é o resultado de uma «maior eficiência»

Umano após ter sido transformado em Sociedade Anónima, o Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), que agrega o Hospital Pêro da Covilhã e o Hospital do Fundão, «está a trabalhar melhor», garante Miguel Castelo Branco. O presidente do Conselho de Administração do CHCB comenta desta forma os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira sobre o primeiro ano de empresarialização das 31 estruturas de saúde. Os dados de Janeiro a Outubro de 2003, comparados com o mesmo período de 2002, apontam para um aumento da produtividade da unidade hospitalar nas áreas de internamento, consultas, urgências, hospital de dia e em intervenções cirúrgicas, ou seja, nas áreas fundamentais de cada unidade hospitalar.

De acordo com o relatório, o CHCB conseguiu aumentar em um por cento o número de doentes tratados, ao passar de 10.986 em 2002 para 11.092 pacientes tratados em 2003. Já nas consultas externas, o aumento percentual é mais significativo, passando das 58.337 consultas para as 69.094 registadas no ano passado. Nas urgências, de 111.902 utentes atendidos em 2002 o CHCB passou para os 115.196, enquanto que no hospital de dia regista-se um aumento de 14,7 por cento no que diz respeito ao tratamento de doentes no dia a dia, como por exemplo na quimioterapia. De 4.719 utentes passaram para os 5.411 no período homólogo em 2003. Mas o maior aumento do CHCB regista-se nas intervenções cirúrgicas, tendo sido feitas 2.820 contra 2.165. Uma diferença de 30,3 por cento em relação a 2002. Números que para Miguel Castelo Branco são o resultado de duas realidades distintas: «As pessoas estão a trabalhar melhor» e verifica-se uma «maior eficiência» na gestão do hospital. Isto porque são acompanhados por uma Unidade de Missão, criada para seguir a actividade operacional e económico-financeira dos hospitais S.A.

Para o presidente do Conselho de Administração do CHCB, os dados alcançados no primeiro ano de empresarialização são um «estímulo» para que a unidade continue a trabalhar «no sentido de uma maior eficácia, qualidade e rapidez no atendimento ao utente e rapidez». Um caminho que tem melhorado nos últimos anos, embora reconheça que «ainda há muito para fazer» para que o CHCB possa «responder atempadamente às necessidades das pessoas». Assim, há que melhorar ainda a organização interna, resolver as listas de espera, equipar o hospital com mais equipamento tecnológico e melhorar a articulação entre os hospitais da região para «optimizar os recursos» disponíveis. Para este ano, a perspectiva da administração é obter resultados melhores, adianta Miguel Castelo Branco, sendo que para isso o hospital vai recorrer a alguns consultores para montar um sistema de informação adequada sobre os custos das diferentes áreas do hospital e obter simultaneamente uma contabilidade analítica. A intenção é determinar com rigor os custos que vêm de uma área para outra e que repercussões têm naquelas cinco áreas fundamentais. Tudo para que a administração saiba «com precisão» o que gasta e que possa também apontar as possíveis quebras de produtividade no hospital por causa do ensino da medicina. Contudo, para Miguel Castelo Branco não se pode reduzir tudo a uma questão financeira: «Não sei o que seria hoje o CHCB ou o Hospital Amato Lusitano sem a Faculdade de Ciências de Saúde», conclui.

Liliana Correia

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