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Hospitais gastaram 2,3 milhões por dia em medicamentos

Revela um relatório de 2006 do Ministério da Saúde

Os hospitais portugueses gastaram em média 2,3 milhões de euros por dia em medicamentos no ano passado, para um total de 859 milhões de euros, indica um relatório do Ministério da Saúde. Em 2005, o gasto médio diário tinha sido de 2,2 milhões, para um total de 829 milhões.

Entre os dois anos registou-se um crescimento médio de 3,6 por cento, quatro décimas abaixo do tecto de crescimento anual imposto pelo Ministério da Saúde para despesas com medicamentos. Nos três primeiros meses de 2007, a média total indica um gasto de 184,4 milhões euros, segundo o relatório “Consumo de Medicamentos em Meio Hospitalar”, da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), citado pela Lusa. De Fevereiro para Março verificou-se uma variação de 8,7 por cento no valor gasto em medicamentos, um acréscimo que um assessor do Infarmed atribuiu a «um pico de gripe, bem como ao facto de o mês de Fevereiro ter menos dias úteis». O Hospital de Santa Maria, o Hospital de São João, os Hospitais da Universidade de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Hospital Geral de Santo António e o Hospital Curry Cabral representam cerca de metade da despesa com medicamentos nos 70 hospitais em análise nos três primeiros meses do ano.

Estas 70 unidades representam 85 por cento da despesa com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Quanto aos números de 2005 e do ano passado, o mais “gastador” foi o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Em 2005 os gastos com medicamentos naquele hospital rondaram os 80 milhões, enquanto em 2006 os 77 milhões, uma descida na variação média mensal de 4,2 por cento. Na variação da taxa média mensal entre 2005 e 2006, os maiores valores de crescimento surgem no Instituto Português de Oncologia do Porto (18,9 por cento), Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (15,5 por cento) e Hospital Distrital de Santarém (13,4). As descidas registam-se no Centro Hospitalar do Alto Minho (12,2 por cento), Hospital de Santa Maria (4,2), Hospital de São João (4,3), Hospital do Espírito Santo em Évora (2,4) e Hospital Geral de Santo António (0,7).

Para elaborar a lista sobre o consumo do medicamento em meio hospitalar foi usada uma grelha de recolha de informação dividida em 10 grupos farmacoterapêuticos (patologias) previamente identificados como os que concentram maior despesa. Em 2006, os líderes em termos de consumo são os medicamentos de combate a doenças oncológicas (antineoplásicos e imunomodulares e factores estimulantes de hematopoiese), com um peso de 48,7 por cento, seguidos dos fármacos para a infecção de VIH, com um peso de 22,9 por cento. No sector oncológico, a despesa foi de quase 260 milhões de euros, enquanto no combate à sida o valor foi de 122 milhões de euros no ano passado.

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