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«Hoje damos mais importância a empresas com 30 ou 40 postos de trabalho do que a grandes investimentos»

P- Num cenário de crise está otimista para conseguir criar trabalho em Pinhel através de pequenas e médias empresas?

R- Sou um otimista por natureza, se não fosse não estaria aqui. O pior que pode acontecer é haver os políticos de café e os treinadores de bancada. Acho que é preferível estar no terreno e lutarmos por aquilo em que acreditamos. Eu acredito que há novas oportunidades.

P – O parque industrial está praticamente ocupado. Quais são as ideias da Câmara em relação ao futuro?

R – Hoje temos um bom tecido empresarial em Pinhel. Os nossos empresários são dinâmicos, otimistas e, de certa forma, dão-nos garra, a nós políticos, para os apoiar e dinamizarmos as empresas. A zona industrial já teve três fases, está praticamente ocupada, há dois ou três lotes livres, mas há interessados. Neste momento é importante não fazer o que se costumava fazer, que é uma zona industrial e depois andarmos à procura das empresas. Em vez disso, vamos à procura dos empresários, com disponibilidade de terrenos, e depois fazemos as infraestruturas ou o loteamento dentro daquilo que é o interesse do empresário. Não queremos ter uma zona industrial enorme à espera dos investidores.

P – Como veio para Pinhel a empresa FMP – Fly Mecânica de Precisão?

R- A Fly veio para Pinhel por amor à região. O empresário que agora está em Paris é de Valbom e quis que Pinhel tivesse essa oportunidade. Ele tinha que vir para Portugal, para expandir a empresa e quis vir para aqui. Temos acompanhado a empresa, neste momento tem 17 postos de trabalho e criou agora novas instalações na zona industrial e também vai criar mais postos de trabalho. É a prova de que no interior também podemos ter uma fábrica ligada a esta área que tem perspetivas de trabalho para cerca de 30 anos. Tendo em conta o que aconteceu com a Rohde, hoje não damos tanta importância a grandes investimentos, como multinacionais, mas damos mais importância a estas empresas com 30 ou 40 postos de trabalho que, se as coisas não correrem bem amanhã, o problema social não será tão grande, o que permite resolvê-lo mais rapidamente.

P- Mas há contactos para atrair outro tipo de empresas?

R – Dentro do principal sector em Pinhel, o da agricultura, há uma empresa nova que tem interesse em vir instalar-se. É uma empresa que consideramos importante e fundamental no sector agrícola, que poderá dar um impulso para que os nossos terrenos sejam cultivados. Há sempre algumas areias na engrenagem, mas não baixo os braços. E mesmo que surjam outro tipo de oportunidades, caso Pinhel não tenha capacidade de dar resposta, o que interessa é que as empresas venham para a região e sejam uma mais-valia, pois sozinhos não sobrevivemos. Sobrevivemos se nós, municípios, nos entreajudarmos. Se tivermos uma Guarda forte, nós seremos todos fortes. Se a Guarda não for forte, temos dificuldades, tal com a Guarda. Por isso, estarei sempre disponível para ajudar a atrair investimentos para a sede do distrito caso alguma empresa que se queira deslocalizar não o possa fazer em Pinhel.

R – Isso quer dizer que pretende criar uma ponte entre Guarda e Pinhel?

P- Acho que essa ponte já existe há muitos anos, mas muito mais agora pela afinidade que existe entre mim e o Álvaro Amaro. Trabalho há muitos anos com ele e sei muito bem a dinâmica que tem e acredito que juntos, mas não só os dois, devemos envolver toda uma região para sermos mais fortes.

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