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Hoje, 11 de setembro

Agora Digo Eu

Faz hoje 13 anos que ocorreram os atentados suicidas contra os Estados Unidos, naquele que foi considerado o maior ataque terrorista da história da humanidade, matando mais de 3.000 pessoas, a grande maioria população indefesa civil, oriunda de mais de 70 países.

Treze anos depois, o terrorismo continua na ordem do dia. E se Saladim Chakmcha e Gibreel Farisha foram os únicos sobreviventes da explosão do jato Al – 420, encarnando, na sua chegada ao solo, as personagens que simbolizam o bem e o mal, já a decapitação dos jornalistas americanos James Foley e Teven Sotloff, deixam-nos completamente arrepiados e perplexos quando se percebe que o assassino é britânico, convertido ao jihadismo islâmico, conjuntamente com mais 12 jovens de origem portuguesa que combatem a “decadência do ocidente” e, isto sem esquecer o eterno conflito do médio oriente e mais a invasão de parte da Ucrânia e o comportamento ordinário e cínico de Vladimir Putin e dos restantes senhores do Kremlin. É importante recordar que a 1ª Grande Guerra começa com a invasão austro-húngara da Sérvia e a 2º Grande Guerra com a invasão da Polónia pela Alemanha nazi.

O terrorismo assume formas distintas. É psicológico, físico, económico, religioso, de Estado, destacando-se o fascismo, o nazismo, as ditaduras, os movimentos guerrilheiros e racistas como sejam a Al-Qaeda, o Sendero Luminoso, o Setembro Negro, Ku Klux Klan, a inquisição, os tribunais do santo ofício, a que podemos acrescentar a política neoliberal, nesse domínio constante do capital sobre o trabalho, com a ajuda de diversas igrejas e organizações como sejam o FMI, o Banco Mundial, o Banco Central Europeu, os G8, os G20, a que se somam os donos do planeta (petróleo, armamento, medicamento e droga) os tais que fizeram questão de desregular os mercados e lançar o mundo nesta crise sem precedentes, assumindo a cumplicidade de muleta negra alguns governos como seja o caso deste grupelho pseudo liberal que durante três anos nos desgovernou, assumindo o líder na festa da rentrée toda a responsabilidade pelo engano e pelo completo falhanço desta política de exploração dos mesmos de sempre. Se tivéssemos um Presidente da República (à altura) era nesse mesmo dia que Passos e Cª calçavam um belo par de patins, pondo-lhe as malas à porta.

O mundo depois de 11 de Setembro de 2001 nunca mais foi o mesmo, o que deveria ter obrigado à reflexão e ao encontro de fórmulas onde os itens existentes (racismo, intolerância, riqueza e pobreza) fossem substituídos pelo princípio do respeito que é devido, nessa procura insistente de justiça. Realmente o mundo caminha na direção errada numa mescla consentida do bem e do mal, num choque visível de culturas e civilizações antípodas, julgando os outros apenas pelo nosso ponto de vista, tendo em conta a nossa cultura, princípios, valores, demonstrando uma quase incapacidade de defender uma sociedade pluralista, multicultural que mantenha a paz e o respeito e não prive as pessoas da sua própria identidade, cabendo-me a mim, a si, às organizações, às igrejas, ONG’s, governos, aceitarem que na cooperação esteja sempre presente uma precisa perceção de igualdade, de justiça e de paz.

Termino a crónica de hoje, dia 11 de Setembro, com a sábia citação de Francisco Seixas da Costa: «Devemos travar esta guerra em muitas frentes, desde logo a educação, à aplicação da justiça, à prevenção do crime e à promoção do desenvolvimento. Não sejamos cegos. O terrorismo prospera e ganha apoio público entre os povos sujeitos a situações particulares de pobreza, de desigualdade e exclusão social. Estes factos não justificam o terrorismo. Mas aumentam as tensões, o fanatismo e outras formas violentas e inaceitáveis de expressão política».

Deixemos definitivamente de utilizar meios e argumentos como a crença em Deus, a guerra santa, acicatando ódios, invejas e raiva.

Hoje, 11 de Setembro, vale mesmo a pena pensar nisto…

Por: Albino Bárbara

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