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Helicóptero estacionado na Guarda registou 115 saídas

Regresso do meio aéreo de combate a incêndios no próximo ano ainda não é uma certeza, apesar dos bons resultados

O coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda garante que tudo vai fazer para que no próximo ano o helicóptero de combate a incêndios regresse à cidade. O contributo do meio aéreo na “luta” contra os fogos florestais foi indesmentível, mas o seu regresso está dependente da tutela. De 1 de Julho, data em que chegou à helipista do Hospital Sousa Martins, até 28 de Setembro, o “Ecureuil” [Esquilo] registou 115 saídas, sendo que destas apenas quatro ocorreram fora do distrito.

António Fonseca sublinha que o helicóptero foi uma «mais-valia muito importante» no combate aos incêndios. Isto porque possibilitou uma «primeira e pronta intervenção nos fogos nascentes», não os deixando ganhar grandes dimensões, realça o coordenador do CDOS da Guarda. Deste modo e dados os resultados positivos, é legítimo que a Guarda ambicione o seu regresso na próxima época de incêndios. No entanto, ainda não se sabe o que vai acontecer em 2006, já que cabe ao Governo decidir. «Fala-se numa reestruturação e por isso ainda estamos a aguardar uma decisão», adianta. Mas uma coisa é certa: «Desejávamos que o helicóptero cá continuasse e tudo vamos fazer para que isso aconteça», assegura. Ao todo, o helicóptero estacionado na Guarda durante três meses efectuou 115 saídas, 111 dentro e quatro fora do distrito. Quanto ao de Aguiar da Beira, que também esteve no terreno em igual período, registou 155 saídas (125 dentro e 30 fora). Já o de Seia, começou a laborar mais cedo, a 21 de Junho, e foi o que teve mais trabalho, 126 saídas dentro do distrito e 46 fora.

Recorde-se que o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil decidiu prolongar a época de incêndios, em mais 15 dias, até ao último sábado, sendo que o seu início já tinha sido antecipado em 15 dias devido à preocupante situação de seca vivida no país. Mas dos 49 meios aéreos contratados até ao final de Setembro, apenas 17 continuaram no terreno. A Guarda foi uma das localidades que ficou privada do helicóptero, uma decisão que só o comandante operacional nacional, «que fez o planeamento», poderá explicar. No entanto, o coordenador do CDOS considera que a retirada deste meio aéreo da capital de distrito poderá estar relacionada com o facto da situação, a nível de incêndios na região, não estar muito complicada no final do último mês. Aliás, «tirando um ou dois dias mais complicados, a fase de prolongamento do dispositivo foi relativamente calma por cá», frisa. Já em Seia permaneceram, até ao último sábado (dia 15), dois aviões Canadair, os meios com maior capacidade de transporte de água.

Em relação à época de incêndios, António Fonseca realça que se registaram mais fogos e mais área ardida no distrito que em 2004, o que se explica, em grande parte, por condições climatéricas «mais gravosas», em especial o muito calor e a falta de chuva. No entanto, «exceptuando dois ou três incêndios mais complicados», essencialmente na Serra da Estrela, a época acabou por correr «dentro do esperado», admite. Recorde-se que em Agosto, aquando da comemoração de mais um aniversário dos Bombeiros da Guarda, o presidente da Associação Humanitária, António Manuel Gomes, bem como o autarca Álvaro Guerreiro, defenderam a permanência do helicóptero na cidade.

Ricardo Cordeiro

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