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Helicóptero de combate a incêndios estacionado na Guarda

Duas brigadas helitransportadas vão ser destacadas para as zonas mais problemáticas do distrito

O distrito da Guarda vai ter dispor de mais um helicóptero e duas brigadas helitransportadas para o combate a incêndios florestais esta época. A decisão foi anunciada, na última segunda-feira, pelo secretário de Estado da Administração Interna durante uma reunião, na Guarda, com a Governadora Civil, autarcas e bombeiros. Ascenso Simões veio falar sobre a necessidade de coordenar recursos e maximizar as capacidades de intervenção dos agentes no combate aos fogos, com destaque para a instituição de um comando único das operações.

Desde ontem que estão activos 18 Grupos de Primeira Intervenção (GPI’s) nas diferentes corporações do distrito, que passarão a 40 em Julho. Mas as grandes novidades para a campanha deste ano na região são a disponibilização de mais um helicóptero e a colocação de duas brigadas helitransportadas. O primeiro ficará sediado no concelho da Guarda para «preencher uma falha que existia entre a cidade e a fronteira», disse o governante. Até agora, os meios aéreos apenas estavam estacionados em Aguiar da Beira (um helicóptero) e Seia, cujo aeródromo acolhe anualmente aviões ligeiros e pesados. A opção pelos helicópteros foi explicada pelo governante por serem meios que permitem uma intervenção mais rápida no primeiro momento. «Se tivéssemos sido eficazes no ataque inicial, muitos dos fogos que se registaram nos últimos anos não teriam tido as dimensões que todos conhecemos», considerou Ascenso Simões. Quanto às brigadas helitransportadas, elas actuarão nas zonas que o comandante operacional distrital, António Fonseca, achar mais conveniente.

O secretário de Estado explicou ainda o modelo organizativo do plano nacional de combate aos fogos, sublinhando a importância do comando único das operações. «Temos que incorporar a organização no sentido municipal, distrital e nacional para que ela possa estruturar-se e ser dinâmica no combate e no comandamento», adiantou. Nesta escala destacou o papel dos Governadores Civis, que terão uma «responsabilidade política», e dos coordenadores operacionais distritais, a quem caberá uma função executiva e de organização do teatro de operações. «A chave do sucesso está na mobilização, preparação e organização», sustentou o governante, para quem a falta de comandamento terá sido a «grande falha» na vaga de incêndios de 2003. Para Ascenso Simões, chegou a altura de mobilizar toda a gente para o combate aos fogos florestais, num esquema devidamente organizado para todos os agentes sejam «uma só unidade na acção». Em termos materiais, admitiu que o plano de reequipamento está a sofrer alguns atrasos, «fruto da situação económica do país», mas garantiu que o actual Governo vai acelerá-lo nos próximos anos. Até lá, sublinhou o reforço no terreno dos meios humanos, através de mais GPI’s, e aéreos. O governante anunciou igualmente que o Ministério das Finanças desbloqueou segunda-feira 14 milhões de euros para a implementação do dispositivo de combate aos incêndios.

Luis Martins

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