P – O que a levou a candidatar-se?
R – Esta lista foi formada com o intuito de querer fazer “Mais e Melhor” pela Casa Azul e pelos nossos estudantes. Considerámos que o estilo da liderança desta associação e o rumo seguido deviam melhorar. Como tal, acreditando que somos capazes de empreender essa mudança tão necessária, avançámos para sufrágio com o objetivo de aplicar o nosso método de trabalho e ideias para uma melhor representação dos nossos estudantes.
P – Quais são os principais projetos e iniciativas já planeadas?
R – A nossa primordial missão será a defesa de todos os estudantes da Universidade da Beira Interior, sendo a voz reivindicativa estudantil. Pretendemos representar todos os estudantes perante o movimento associativo nacional, os órgãos de todas as faculdades e a própria Universidade. A AAUBI deve ter uma postura mais ativa e interveniente nos ENDA e junto dos Conselhos Nacional e Municipais de Juventude – a AAUBI tem inerência no CMJ da Covilhã e Fundão). Para tal, procuraremos aproximar a associação dos Núcleos de Estudantes, apoiando-os no exercício das suas funções, e de todos os estudantes da academia. Apostaremos na pedagogia e nas políticas educativas, como está patente no nosso programa eleitoral, e defenderemos incansavelmente os alunos nos devidos órgãos em que teremos lugar. A AAUBI deve ser a voz dos estudantes junto dessas elites, e nunca o contrário. Queremos apoiar a integração dos discentes internacionais e dos que provêm de outras regiões do país, procurando fazer a ponte entre o meio estudantil e os meios empresarial e territorial. Neste sentido, não só parcerias com a universidade, Câmara Municipal e instituições da cidade, mas também a concertação com as associações de estudantes locais é imperiosa. Outros pontos importantes são a reafirmação da imagem e da comunicação (não só externa, mas interna) da AAUBI, bem como a promoção do Desporto Universitário e das Academias Desportivas, auxiliando os nossos atletas, que são quem eleva o nome da academia beirã para todo o país; e, por fim, o tão importante aprofundamento da sustentabilidade financeira da Casa Azul.
P – O facto de só ter havido uma lista candidata às eleições é um bom ou mau sinal (do desinteresse dos estudantes) para a academia?
R – Uma coisa é o número de candidaturas, outra é o interesse dos estudantes pela academia. Creio que só se apresentou uma lista (no final) porque a nossa candidatura se revelou congregadora e mobilizadora, espelhando o sentimento de descontentamento generalizados dos estudantes face ao estilo da liderança seguida nos últimos tempos. Conseguimos juntar as diversas tendências num projeto único com o intuito de melhorar o funcionamento da Associação Académica e, com isso, conciliámos experiência e inovação com irreverência e determinação.
P – Nestas eleições, dos 6.708 alunos inscritos apenas 961votaram. O que tem a dizer sobre a abstenção, que é bastante expressiva?
R – Considero que, apesar do número de votantes estar ainda longe do desejável, alcançámos o nosso primordial objetivo: movimentar uma mudança séria e responsável com os estudantes. Não só tivemos a eleição com maior taxa de afluência às urnas em casos de lista única, como aumentámos em quase duas centenas o número de votantes face ao ano passado e diminuímos o número de votos em branco face à direção anterior. Creio que estes dados dizem algo sobre o rejuvenescido interesse dos estudantes pela academia. Mas o verdadeiro caminho começa agora. É preciso construir esta mudança diariamente, com os estudantes, caminhando lado a lado para aproximar a Associação daqueles que representa. Se o resultado nos deixa orgulhosos, a responsabilidade assumida deixa-nos atentos e certos do trabalho que temos pela frente.
P – Quais são as principais carências dos estudantes da UBI?
R – Existem problemas que abrangem todo o país – por exemplo, os 45 mil estudantes que ainda esperam os resultados das suas candidaturas a bolsas de ação social, os doutorandos que viram prolongado em 3 meses o prazo para a divulgação dos novos bolseiros de doutoramento FCT, ou os jovens que não viram regulamentado o regime de prescrições ou a valorização do estatuto do dirigente associativo estudantil, entre outros – e aqueles que afetam o interior, e a UBI em particular. Destes últimos, importa falar do cancelamento do Programa Retomar, que permitia aos discentes que abandonaram o ensino superior regressarem para terminarem o ciclo de estudos, ou da reformulação do Programa “+Superior”, que serve como uma medida de discriminação positiva para a captação de estudantes para zonas de baixa densidade demográfica. No entanto, mais importante ainda, importa destacar a necessidade de uma maior ligação entre o meio académico e o tecido empresarial, contribuindo para que os estudantes da UBI se sintam acolhidos na cidade e na região para que se fixem nestas zonas após terminarem os estudos. Só desta forma podemos inverter a tendência demográfica.
No caso da ação da AAUBI, pretendemos identificar os casos mais críticos existentes na universidade. Após a sua identificação, iremos tentar colmatar as falhas existentes, não só a nível monetário, mas também através da criação de vales de ofertas ou formação de cabazes dos mais diversos produtos que sejam necessários aos estudantes carenciados, podendo passar desde bem alimentares, roupa, ou até mesmo material escolar necessário ao bom desempenho do aluno no seu ciclo de estudo. Além disto, pretendemos divulgar e incentivar ao máximo estes alunos a participarem e a recorrerem aos apoios e programas que a universidade e o Estado oferecem.
Perfil:
Presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI)
Idade: 21 anos
Profissão: Estudante de Ciências Farmacêuticas
Naturalidade: Covilhã
Currículo: Vogal para as Relações Internas do UBIPharma ( Núcleo de Estudantes de Ciências FarmacÊuticas da UBI), membro da Coordenação de Comercial e Marketing da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, presidente da direção do UBIPharma e tesoureira da Comissão Organizadora da 19th EPSA Summer Unversity.
Filme preferido: “Inception”
Livro preferido: “Codex 632”
Hobbies: Ver filmes e ouvir música