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«Há que ser empreendedor e ir à luta»

Missa de bênção das pastas dos finalistas do Instituto Politécnico da Guarda marca o início de uma nova etapa para os licenciados

É o momento em que podem agitar as fitas no ar e começar a dizer adeus. A emoção de colocar um ponto final na vida académica dominou, como já é habitual, a Missa de Finalistas do Instituto Politécnico da Guarda, que se realizou no último domingo no Parque Urbano do Rio Diz.

Numa época em que o desemprego ensombra a vida a muitos licenciados, os alunos do IPG mostraram-se confiantes num futuro mais risonho: «Eu tenho boas perspetivas de empregabilidade porque acho que não se deve pensar de forma negativa», garante uma das finalistas de Gestão de Recursos Humanos. Com 23 anos, Bárbara Lucas explica que a missa é sempre um momento «especial», mas tem noção de que ainda tem um caminho longo pela frente. «Há que ser empreendedor e ir à luta e é isso que eu pretendo fazer», refere. Rui Marques, finalista de Desporto, também se mostra otimista, acreditando que na sua área «ainda existem algumas oportunidades de emprego». Com apenas 20 anos, entende que este não é o momento certo para pôr fim à sua vida académica. «Todos queremos terminar a licenciatura o mais rápido possível, mas eu quero seguir os estudos e fazer um mestrado no próximo ano», explica. Apesar de entender que a entrada no mercado «sempre foi difícil», admite que a atual conjuntura é ainda menos animadora e, por isso, sente que muitos jovens «vão optar por procurar trabalho no estrangeiro».

Além disso, Rui Marques defende que os licenciados devem aceitar trabalhar em áreas diferentes daquelas que inicialmente haviam idealizado: «Não podemos ter aquela visão de que devemos fazer só o que sempre sonhámos», sublinha. O momento de agitar as fitas foi também crucial para os estudantes mais velhos, que apenas tiveram oportunidade de estudar já depois de estarem inseridos no mercado de trabalho. Lurdes Pereira, finalista de Contabilidade e Auditoria, revela que este dia «foi o concretizar de um sonho» porque não teve oportunidade de investir numa licenciatura quando era mais nova. «Eu não precisava da licenciatura para arranjar emprego, mas acho que vale a pena. Os meus colegas é que estão numa situação mais complicada», considera. O presidente do IPG, que também assistiu à missa dos finalistas, destacou precisamente esta etapa para os alunos que só agora puderam investir no ensino superior. «Deixo uma palavra especial para os finalistas menos jovens, porque esta é a prova de que nunca é tarde para começar», declarou Constantino Rei.

As emoções da “despedida” foram ainda partilhadas com os familiares, que acreditam que este é um momento de esperança. Na opinião de Rosa Correia, mãe de uma finalista, «vale sempre a pena os filhos estudarem», mesmo nesta época em que o desemprego entre licenciados cresce. Manuel Silva, familiar de outra finalista, entende que «sem licenciatura ou mestrado torna-se ainda mais difícil» entrar no mercado de trabalho.

Catarina Pinto Finalistas dizem adeus à vida académica

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