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«Há novas experiências e abordagens às canções no novo disco»

Trazem na bagagem o trabalho mais recente. “It’s been a long night” – o terceiro álbum de originais – foi lançado em maio deste ano e apresenta canções como “Houses and Wives”, “This Women” e “Hold On”. Afonso Rodrigues é Sean Riley, o vocalista, que surge acompanhado por Filipe Costa, Bruno Simões e Filipe Rocha. A banda caminha entre Coimbra e Leiria, mas a sua melodia faz-nos chegar mais longe: aos Estados Unidos. Nas suas músicas, há folk, blues e rock’n’roll. Os discos “Farewell” e “Only Time Will Tell”, de certo, também marcarão presença.

P – Quem são os Sean Riley & The Slowriders e como surgiram?

R – Somos uma banda de Coimbra que surgiu em 2006. Comecei a escrever sozinho algumas canções e depois juntou-se, mais tarde, a vontade de fazer música do Rui Simões e do Filipe Rocha.

P – Estudaram música ou são “auto-didatas”?

R – Todos os membros do grupo já tinham feito música anteriormente, já tínhamos tido outras bandas e experiências de concerto e gravação. O único que estudou música foi curiosamente o último elemento a entrar para o grupo, o Filipe Rocha, em afirmação no Hot Club em Lisboa, da Escola de Jazz.

P – Lançaram há pouco tempo o vosso terceiro disco de originais “It’s been a long night”. Como o definem?

R – É um disco diferente dos outros que já tínhamos feito, apesar de haver uma linha de continuidade que nós esperamos ter conseguido assegurar. A ideia era – uma vez mais – introduzir alguns elementos novos, mas sem nos afastarmos demasiado daquilo que tinha sido o nosso início. É o mais cuidado de todos os nossos discos, a nível de produção, dos arranjos. Gravámos com um quarteto de cordas, com metais, coisas que nunca tínhamos utilizado. Há uma data de novas experiências e abordagens às canções neste disco.

P – Para quem não vos conhece, como definiriam o vosso tipo de música?

R – É uma pergunta a que é sempre difícil responder. Costumam enquadrar-nos dentro de uma fronteira que compreende coisas como o rock, o folk, o ritmo blues. No fundo, acho que acaba por ser uma banda de folk, rock, ou Americana. Tem a ver com as nossas influências que em alguma medida vêm de coisas feitas no século passado nos Estados Unidos.

P – São muitos os que falam precisamente dessa influência norte-americana. Como surgiu essa inspiração?

R – Nunca foi algo muito pensado. Todas as pessoas que criam alguma coisa têm tendência a criar a partir daquilo que gostam. Na altura em que começámos a definir o som da banda, ouvíamos muitos desses discos, vindos dos Estados Unidos. E também ao nível do cinema e da literatura, fomos muito influenciados por autores dessa parte do mundo.

P – Têm também outra característica especial: costumam trocar de instrumentos nos concertos. Como surgiu essa ideia?

R – Connosco, costuma tudo surgir naturalmente, não ponderamos ou pensamos muito sobre isso. Acaba por ser espontâneo. Todos nós gostamos de música e de tentar abordagens a diferentes instrumentos. Isso acaba por fazer com que quando estejamos em atuações possamos ter o máximo de instrumentos possível à mão e depois cada um vai experimentando. Numa canção não me apetece tocar piano e ao Filipe em vez de lhe apetecer tocar piano, apetece-lhe tocar bateria. Cada um senta-se onde lhe apetece e dá à canção o contributo que lhe parece mais acertado no momento. Tudo isto vem dessa espontaneidade na criação, nos arranjos. Temos a perfeita consciência que diferentes pessoas representam diferentes abordagens ao mesmo instrumento.

P – É a primeira vez que atuam nesta região, neste festival. Quais são as vossas expectativas?

R – São muito boas. Têm-nos dito muito bem do festival. Não conheço, nunca fui, como espetador. Mas nas últimas semanas, as pessoas com quem tenho falado já me têm dito que o festival é muito interessante, o lugar é bonito e, portanto, estamos bastante entusiasmados.

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