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Guardenses solidários com os bombeiros

Último peditório dos Voluntários da Guarda para a aquisição de um veículo polivalente rendeu quase metade da verba necessária

O espírito natalício e a solidariedade contribuíram para que muitos guardenses tivessem colaborado no peditório organizado pelo corpo de Bombeiros Voluntários da Guarda (BVG) no mês passado, junto das grandes superfícies comerciais da cidade. A iniciativa que tinha como objectivo a angariação de fundos para a aquisição de um veículo polivalente «correu muito bem» e, graças a essa contribuição, já só faltam cerca de seis mil euros. Ou seja, quase metade da verba necessária. Entretanto, a campanha vai continuar, mas desta vez junto dos empresários e de outras entidades.

O peditório sob o slogan “O concessionário já comparticipou: ajude-nos a completar o valor necessário”, organizado pelos “soldados da paz” da cidade, rendeu entre cinco a seis mil euros para a compra de uma viatura. «Mas ainda faltam mais cerca de seis mil euros», contabiliza o comandante dos BVG. Segundo Luís Santos, os voluntários precisavam de 15 mil euros, mas «já tínhamos algum dinheiro que nos foi entregue, em tempos, por algumas Juntas de Freguesia e outras entidades, pelo que vamos agora lembrar outras». O objectivo da iniciativa é reunir verbas que permitam pagar na totalidade uma viatura polivalente para intervir em fogos florestais, inundações, quedas de árvores, abertura de portas e prestar serviços de apoio às populações. Mas este veículo tem mais potencialidades. Tanto pode substituir o veículo do comando das operações, no Verão, durante a época de incêndios, como transportar durante o Inverno os voluntários para os cursos de formação que se realizam fora da cidade. «É um veículo todo-o-terreno que serve durante o ano para coisas diferentes», justifica Luís Santos, que não hesita em afirmar que com esta viatura «vamos resolver muitos problemas».

No entanto, como não existem apoios do Estado para este tipo de veículos, «resta-nos apelar à boa vontade de todos», lamenta. Por isso, o comandante dos bombeiros estava visivelmente satisfeito com a adesão dos guardenses à campanha, até porque reconhece que «a situação económica do país é muito difícil». Agora, como ainda falta alguma verba, «vamos “bater às portas” dos empresários», indica o comandante. Mas as carências do corpo de bombeiros não se ficam por aqui. Neste momento precisam de «outras viaturas técnicas para salvaguardar melhor os interesses dos cidadãos», destaca Luís Santos, exemplificando com a falta de um veículo de desencarceramento para pesados, pois «não existe nenhuma na região», alerta. Outro dos desejos para o novo ano é um carro de combate a incêndios urbanos de menor dimensão e ainda uma viatura de combate a incêndios industriais, porque um dos poucos que existe na região está na Guarda, «mas já tem mais de uma dezena de anos», queixa-se. Porém, estes veículos são muito dispendiosos e podem custar entre 150 a 300 mil euros. «Não é com um peditório que conseguiremos adquirir esse equipamento», confessa Luís Santos, que descarta a responsabilidade para a tutela.

Patrícia Correia

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