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Guardenses “ganham” voz em exposição de fotografia

“A minha voz pela minha lente” está patente no centro comercial Vivaci até 10 de novembro

Dezanove guardenses trocaram as palavras pela imagem na hora de responder às perguntas: “Quem sou eu?”, “Como é que a minha situação atual afeta o meu dia-a-dia?” e “Quais as minhas expetativas de futuro?”. O resultado está à vista de todos desde a semana passada no Vivaci Guarda. A iniciativa é das delegações locais da Fundação S. João de Deus e da EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza, no âmbito do Ano Europeu dos Cidadãos. A mostra está patente até 10 de novembro.

Os participantes deixaram as três perguntas em “suspenso” e partiram à descoberta da resposta de máquina fotográfica em punho, num processo que decorreu ao longo de seis meses. A metodologia aplicada é a “photovoice”, em que os envolvidos apresentam a sua visão através de fotografias. Celina Santos, uma das fotógrafas “improvisadas”, fala-nos da experiência: «Era muito mais fácil responder por palavras, dizer quais as expetativas ou o que nos carateriza», reconhece, destacando que «foi interessante perceber como íamos conseguir».

Uma das imagens que escolheu tem como fundo o abrigo da Aldeia SOS, onde é mãe SOS: «Idealizei a resposta e tentei encontrar algo que representasse o “ninho”; esse foi o primeiro desafio», adianta Celina Santos. «Depois começou a tornar-se mais fácil, pois já percebia o que queria, mas foi giro», garante. Já Patrícia Loureiro, responsável pela delegação da Fundação S. João de Deus na Guarda, justifica a exposição com a vontade de «dar voz aos cidadãos num conjunto de problemáticas que são de todos». Os participantes foram divididos por temáticas, como o desemprego ou o envelhecimento, e «responderam às mesmas perguntas mas de acordo com a sua circunstância», refere. O resultado foram 57 fotografias de 19 pessoas, com idades entre os 15 e 87 anos: «Muitas delas pegaram pela primeira vez numa máquina fotográfica e o resultado final é muito gratificante para nós e para eles», considera.

A mostra foi inaugurada – simbolicamente – na passada quinta-feira, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, e pretende sensibilizar a sociedade civil para a incidência e caraterização das principais problemáticas sociais que atingem a Guarda. Segundo a organização, esta é também uma oportunidade para estes cidadãos comentarem a sua situação, bem como dar uma opinião e até apresentar sugestões.

Sara Quelhas Três fotografias são da autoria de Celina Santos

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