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Guarda sem animação de Natal

Associação Comercial estava a contar com as actividades do Polis, mas a sociedade ainda está à espera de um gestor liquidatário

O Natal, além da festa religiosa e familiar, é também sinónimo de compras. As ruas da cidade enchem-se de cor e música, e há (quase) sempre um Pai Natal, duendes ou palhaços que animam o comércio tradicional. Este ano o cenário é diferente: não está prevista qualquer animação de Natal nas ruas da cidade da Guarda. A Associação de Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG) estava a contar com as actividades prometidas pelo Polis. Mas como a sociedade ainda não tem um gestor liquidatário, não pode assumir esse compromisso.

Este ano, as ruas da Guarda correm o risco de não viverem o espírito natalício, «provavelmente, não vai ser feito nada», alerta Paulo Manuel, vice-presidente da ACG. A associação comercial estava a contar com o compromisso assumido pelo Polis, de promover actividades para dinamizar o centro histórico quando as obras ficassem concluídas. Agora, «o Polis não vai fazer nada», adianta Paulo Manuel, enquanto a associação comercial «não tem dinheiro para organizar a animação de Natal, pois não estava a contar com esta situação», justifica. Por sua vez, o director-executivo do Polis, António Saraiva, contrapõe: «Na verdade, tínhamos a ambição de desenvolver uma animação diferente», refere. No entanto, «como ainda não há um gestor liquidatário, não é possível assumir novos compromissos financeiros», justifica o responsável. Mas quando isso acontecer serão encarados alguns projectos, designadamente «outro género de actividades no centro histórico», adianta. Neste momento estão a ser estudadas todas as hipóteses possíveis, mas trata-se de «um problema sem solução à vista», garante Paulo Manuel. E para tentar resolver a questão já está prevista uma reunião entre a ACG e o novo executivo da Câmara da Guarda.

A animação de Natal no centro histórico «é essencial para captar clientes para aquela zona tão fustigada pelas obras», sublinha o vice-presidente. A última informação do Polis dá conta que as obras da Rua Francisco de Passos, mais conhecida por Rua Direita, estarão concluídas a 10 de Dezembro. «Mas, com tantos adiamentos, já não acreditamos em nada», atira o responsável. Por isso, os proprietários dos estabelecimentos daquela zona estão «extremamente preocupados» e, com o aproximar da quadra natalícia, o cenário torna-se ainda mais dramático. Neste momento há lojistas que preferiram encerrar enquanto decorrem os trabalhos. «Mesmo que a data seja cumprida, as compras de Natal já começaram, o que só implica mais prejuízos», salienta o dirigente. «Trata-se de um período fundamental para o comércio. Esta altura é tão importantes como o resto do ano», garante Paulo Manuel, acrescentando que seria o período ideal para que os associados recuperassem dos prejuízos acumulados ao longo dos vários meses de obras.

Quanto ao aparecimento do Serra Shopping na Covilhã, o vice-presidente da ACG não está muito preocupado. Segundo Paulo Manuel, os clientes daquele espaço «não são os mesmos que fazem compras no comércio tradicional», garante. Mas admite que no início «muita gente irá por curiosidade», contudo, quem costuma comprar nas lojas da Guarda «vai continuar a fazê-lo», acredita. Apesar de tudo, indica algumas sugestões para o comércio tradicional competir com as grandes áreas comerciais, como a aposta na modernização, decoração, atendimento personalizado e formação. Finalmente, o vice-presidente da ACG confia na recuperação do centro histórico como zona comercial, já que «depois das obras, aquele espaço terá outra dinâmica e poderá atrair mais pessoas, inclusive turistas».

Patrícia Correia

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