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Guarda quer voltar a ser cidade da saúde

Alguns dos mais reputados alergologistas de Itália, França e Portugal participaram no seminário que serviu de primeiro ensaio para relançar a “cidade bioclimática”

O seminário internacional sobre “Saúde e Qualidade do Ar” foi, na passada sexta-feira, o primeiro ensaio para reafirmar a Guarda «como cidade da saúde à escala nacional, ibérica e europeia». Quem o diz é Joaquim Valente, que espera ter concluído o processo de certificação do ar dentro de três anos, altura em que a Guarda poderá vir a ser «cidade bioclimática da Europa».

Neste encontro, que decorreu no TMG por ocasião do primeiro Dia Municipal do Ar, foram abordados problemas relacionados com a altitude, os poluentes e as formas de tratar as doenças respiratórias em altitude, domínio em que a Guarda possui larga tradição histórica bem patente no ex-Sanatório Sousa Martins. Mais de um século depois, a autarquia quer tirar proveito deste recurso «valioso e diferenciador» para fomentar o turismo de saúde, bem-estar e de montanha/natureza. Atualmente, está a decorrer o concurso público para escolher a entidade que vai monitorizar e certificar a qualidade do ar nos próximos três anos. «O nosso objetivo é reunir as condições necessárias para que a Guarda seja uma cidade bioclimática e venha a ser com essa classificação uma referência nacional, ibérica e europeia na investigação e no tratamento de doenças respiratórias», afirmou Joaquim Valente.

Nesse sentido, o bioclimatismo é tema de uma candidatura ao PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, mas tudo continua por fazer, admitiu o presidente do município – a sociedade Guard’Ar, criada há dez anos para desenvolver esta área de negócio, está parada. Na abertura do seminário, que reuniu alguns dos mais reputados alergologistas de Itália, França e Portugal, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) brincou com a ideia dos frascos com ar da Guarda: «Estou surpreendido porque pensava que este produto não era transacionável», declarou. Mais a sério, Pedro Saraiva elogiou a aposta e sublinhou que «é através da diferenciação que se constrói o desenvolvimento dos territórios». Por sua vez, Joaquim Valente aproveitou a ocasião para recordar que é preciso «empenharmo-nos na defesa» do Hospital Sousa Martins, agora integrado na Unidade Local de Saúde da Guarda, e do Parque da Saúde – «lugar ímpar em Portugal enquanto recurso de bioclimatismo».

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