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Guarda mais próxima de Castelo Branco em 2008

José Sócrates anunciou 150 milhões de euros para concluir modernização da linha da Beira Baixa até à cidade mais alta

Em 2008, a viagem de comboio entre Castelo Branco e a Guarda vai demorar apenas 32 minutos. Um ganho de tempo de 45 minutos só possível com a anunciada conclusão da modernização da linha da Beira Baixa entre as duas capitais de distrito. Com muita pompa e alguma circunstância, o primeiro-ministro garantiu em Castelo Branco, no passado sábado, um investimento de cerca de 150 milhões de euros e deixou claro que a REFER foi já instruída pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, para «pôr a concurso e adjudicar» os trabalhos.

A empreitada consistirá na electrificação do troço Castelo Branco/Covilhã/Guarda, com 117 quilómetros de extensão, mas também na rectificação do traçado e eliminação de 56 passagens de nível. Igualmente prevista está a remodelação das 18 estações/apeadeiros existentes, a par da melhoria das acessibilidades a estes locais, a construção de seis novas pontes e o reforço do túnel do Barracão/Sabugal, com uma extensão de 398 metros. Em termos de segurança, a REFER vai introduzir tecnologias de última geração na sinalização e telecomunicações, para além do Sistema de Controlo Automático de Velocidade (Convel). Tudo para melhorar a circulação ferroviária e assegurar a redução do tempo de percurso, o que será possível com o aumento da velocidade média de circulação (de 80 para 100 km/h). A médio prazo, prevê-se a circulação de comboios pendulares. Contudo, os trabalhos poderão implicar o encerramento temporário de alguns troços da linha. Uma intervenção que José Sócrates espera ver concluída no final de 2007: «Estas obras vão começar a desenvolver-se. Temos dois anos e meio para fazer esta modernização e para que a linha da Beira Baixa possa dar o seu contributo para o conjunto ferroviário nacional», sublinhou.

O primeiro-ministro destacou o facto deste investimento significar que o Estado «não desiste, nem desistiu» da linha da Beira Baixa e que «não virou as costas» aos distritos de Castelo Branco e da Guarda. «Esta ligação estava tão degradada e obsoleta que já não era utilizada. O troço entre a Covilhã e a Guarda estava condenado ao esquecimento e porventura ao encerramento no futuro, porque, para se evitarem investimentos, o seu abandono chegou a estar pensado», recordou o chefe do Executivo. Mas com esta intervenção, Sócrates considera que a região passará a ter uma via ferroviária «competitiva, capaz, moderna e electrificada, que serve de alternativa à linha da Beira Alta para a ligação de Portugal à Europa».

Liliana Correia

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