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Guarda já está no mapa da Rede Nacional

As barreiras arquitectónicas e físicas vão ser eliminadas no centro cívico, numa primeira fase

A Câmara Municipal da Guarda celebrou, na passada terça-feira, um contrato-programa com a Associação Portuguesa de Planeadores do Território (APPLA), com vista à sua integração na Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para todos. O objectivo é reduzir as dificuldades no acesso a espaços públicos e a edifícios de utilização colectiva. Agora vão ser concretizadas pequenas acções, «rápidas e pouco dispendiosas», mas também algumas regulamentares e de sensibilização dos sectores público e privado, para garantir a mobilidade nas novas urbanizações, explica Pedro Ribeiro da Silva, presidente da APPLA. Durante a cerimónia da assinatura do contrato na sala de Assembleia Municipal.

A metodologia é simples, consiste em definir «sectores prioritários temporalmente estipulados», diz Pedro Ribeiro da Silva, satisfeito com a entrada da Guarda, que se junta assim aos 70 municípios da Rede Nacional. «Esta adesão é um acto de coragem», frisa o responsável, pois «significa que a autarquia quer fazer algo», acrescenta. Desta forma os municípios trocam métodos e experiências mais céleres e eficazes. Às vezes tratam-se de intervenções muito simples, como a eliminação de objectos nos passeios ou os rebaixamento dos passeios, tal como os sinais sonoros nos semáforos, por exemplo. «Basta colocar o imobiliário urbano no sítio certo», constata Pedro Ribeiro da Silva.

«Agora a Guarda integra a rede nacional com Mobilidade para Todos», diz com orgulho Álvaro Guerreiro, presidente da autarquia. Ou seja, há um compromisso da Câmara Municipal da Guarda com a APPLA para que «as estruturas e barreiras físicas sejam eliminadas para que todos os deficientes possam de uma maneira mais fácil e ágil mobilizarem-se na cidade sem esbarrarem com obstáculos físicos e arquitectónicos», refere o edil guardense. Segundo Álvaro Guerreiro, a intervenção será feita de forma faseada e direccionada ao centro histórico e cívico da cidade, numa primeira fase. A área de intervenção vai desde Avenida Rainha D. Amélia até à envolvente da Rua Batalha Reis e Rua do Comércio. Também abrange a rua do Marquês de Pombal e o Centro Cívico, terminando no Jardim José de Lemos. Este projecto tem um prazo de execução de três anos. No gabinete técnico da autarquia «já há um projecto definido», assegura Álvaro Guerreiro, adiantando que «a Câmara compromete-se nesta área previamente definida a fazer a execução das medidas e recomendações previstas». A mais-valia do projecto «é o facto da cidade integrar uma rede», pois há um conjunto de acções que vão ser executadas de acordo com medidas-padrão propostas pelas entidades que compõe esta rede e, naturalmente, com o acompanhamento técnico da APPLA. Por isso, o autarca acredita que «agora a Guarda passa a ser uma cidade mais democrática e mais aberta a todos, deficientes ou não deficientes». Mas não vai ser tarefa fácil. «Vai ser muito difícil aplicar algumas das soluções na Guarda, por ser uma cidade histórica e muito antiga», lamenta o autarca. Também é importante «derrubar a barreira psicológica» que existe relativamente a estes problemas, conclui Álvaro Guerreiro.

Patrícia Correia

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