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Guarda foi um dos distritos onde houve menos contratação de docentes

Mais de 37 mil professores ficaram sem colocação no país

O distrito da Guarda foi um dos mais “penalizados” no que diz respeito à contratação de docentes. De acordo com a coordenadora da Direção Distrital do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), «a desertificação e o encerramento de escolas primárias» são alguns dos motivos que terão conduzido a um agravamento do número de desempregados entre a classe docente na região. Sofia Monteiro revela que «houve menos colocações do que no ano passado».

O Ministério da Educação publicou as “Listas definitivas de ordenação, exclusão, colocação, de não colocação, de desistências e de retirados das necessidades transitórias 2011/2012” no último dia de agosto e o cenário é pouco animador: mais de 37 mil docentes ficaram sem colocação. Na Guarda, a realidade não é mais reconfortante, já que «no pré-escolar e no 1º ciclo não houve sequer contratações», adianta ainda a responsável. «O número de renovações de contrato é muito baixo e havia mesmo colegas que tinham essa perspetiva e não conseguiram porque foi preciso colocar primeiro os professores do quadro», explica Sofia Monteiro. E nem mesmo quem já parecia ter o futuro assegurado escapou a uma realidade desagradável: alguns profissionais do quadro, que dão aulas há mais de 20 anos, estão com “horário zero” e por enquanto ficam nos serviços de apoio». Ou seja, não há turmas suficientes para todos os professores, uma situação que a responsável diz ser provocada pela regra que agora permite a constituição de turmas do ensino básico com 28 alunos, quando antes o número máximo era de 24. «Isto permite que a cada quatro turmas se ‘poupe’ pelo menos um professor. E depois vemos colegas praticamente no final da carreira a prestar apenas apoio às escolas por não lhes terem sido atribuídos horários», critica.

Outro dos problemas evidenciados por Sofia Monteiro diz respeito ao facto de «não haver uma rede alargada de ensino especial», uma área que também sofreu cortes. «Só um restrito grupo de crianças tem acesso», lamenta, o que leva a que profissionais habilitados para acompanhar alunos com deficiência não possam fazer o seu trabalho. Depois de analisar os dados divulgados pelo Ministério da Educação, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) concluiu que houve menos «17 mil colocações» no país relativamente ao ano letivo anterior e «1.630 professores efetivos ficaram com horário zero, sem escola». Os sindicalistas culpam as «medidas recentemente tomadas» pela tutela, nomeadamente com o fim da disciplina de Área Projeto, que normalmente era ministrada por dois docentes.

Catarina Pinto

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