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Guarda está entre as regiões com maior taxa de mortalidade causada por cancro

Em 2014, 16.865 mulheres aderiram ao rastreio do cancro da mama e do colo do útero na ULS da Guarda, revela relatório da Direção-Geral da Saúde

A Guarda está entre as regiões com mais casos de morte causada por cancro, revela o relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015”, realizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o estudo, a transformação epidemiológica da Oncologia tem conduzido a um aumento do número de novos casos anuais e a um crescimento da idade média da população afetada. A DGS afirma que «o cancro é uma das doenças do futuro (e do presente), que para além de uma perspetiva clínica multidisciplinar, reclama uma abordagem política e social concertada». A análise, divulgada na semana passada, revela que a incidência de novos casos de tumores malignos tem vindo a aumentar: entre 2009 e 2010 registou-se um aumento de 4 por cento no país. A Guarda encontra-se entre as regiões com maior taxa de mortalidade provocada por doenças oncológicas. Segundo os dados apresentados no relatório, em 2013 registou-se na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela uma taxa de mortalidade elevada em cancros do estômago, do cólon, do reto, da mama e da próstata.

Existem apenas três tipos da doença que não apresentam maior mortalidade na região: cancro da traqueia, brônquios e pulmão (região dos Açores), cancro da bexiga (Castelo Branco, Santarém e Portalegre) e cancro do colo do útero (Lisboa e Algarve). Assim, o estudo conclui que os resultados mais desfavoráveis encontram-se nas zonas do interior do país. Em relação aos rastreios oncológicos de base populacional, a DGS diz que continuam a existir «assimetrias significativas na cobertura geográfica». No caso do rastreio do cancro da mama, em 2014 a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda apresenta uma taxa de adesão de 72,5 por cento: em 13.661 mulheres convidadas a fazer o rastreio, registaram-se 9.908 rastreadas. Já a ULS de Castelo Branco registou 6.116 mulheres rastreadas em 8.939 convidadas, o que corresponde a 68,4 por cento. O Agrupamento de Centro de Saúde (ACES) da Cova da Beira contou com 689 rastreios em 2.420 mulheres convidadas (28,5 por cento).

Já no rastreio do cancro do colo do útero, a ULS da Guarda convidou 12.944 mulheres e 6.957 aderiram, o que equivale a uma percentagem de 53,7 por cento. Segue-se o ACES da Cova da Beira com uma percentagem de 53,1 por cento: 3.795 mulheres em 7.147 convidadas realizaram o rastreio. A ULS de Castelo Branco teve 3.947 rastreadas, das 7.889 convidadas, ficando com uma taxa de adesão de 50 por cento. O trabalho da DGS conclui ainda que o cancro colo-retal é «uma prioridade indesmentível, pelo aumento crescente e pela situação relativa do país». Desta forma, o Programa Nacional para as Doenças Oncológicas defende o alargamento dos rastreios desta patologia a todo o território nacional, uma vez que «só apostas na prevenção poderão modificar sensivelmente o atual panorama».

A DGS afirma que «o cancro é uma das doenças do futuro (e do presente)»

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