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Guarda é a oitava cidade mais competitiva

Estudo vem contrariar a ideia de que as zonas mais desenvolvidas são necessariamente as mais competitivas

Nem tudo são más notícias para a região. A Guarda está entre as 10 cidades com melhor resultado num índice de competitividade que compara cidades do interior e do litoral. No estudo de dois investigadores da Universidade do Minho (UM) foram escolhidas as 18 capitais de distrito e as conclusões são surpreendentes: no topo da lista está Évora, Lisboa e Coimbra, enquanto, no fundo se encontram Faro, Viana e Porto. O que vem contrariar a ideia de que as zonas mais desenvolvidas são necessariamente as mais competitivas.

A Guarda ocupa a oitava posição no “ranking” nacional, divulgado pelo “Público”, e Castelo Branco aparece em sexto. O estudo “As diferenças de competitividade entre o interior e o litoral” foi publicado no início do ano, na revista da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Os dados são relativos ao ano de 2002. Este relatório aplica métodos semelhantes aos utilizados pelo Fórum Económico Mundial, nos seus índices de competitividade, e conclui que «há um potencial de competitividade» em algumas cidades do interior. «A Guarda é uma cidade sustentável, tem qualidade de vida, qualidade ambiental e alguma eficiência económica», sustenta Joaquim Valente, autarca local, acrescentando, que «a capital de distrito dispõe de infraestruturas que lhe dão alguma harmonia». Além de possuir «um parque habitacional bom, mobilidade urbana, não tem bolsas de desemprego, ou seja, reúne um conjunto de factores que lhe permitem alcançar essa posição», constata, com agrado, o edil guardense.

O objectivo do Índice de Competitividade das Cidades é avaliar a «competitividade associada à sustentabilidade do nível de vida das cidades», ou seja, avaliar as diferenças entre o litoral e o interior. Os investigadores começaram por escolher o objecto de análise: as 18 capitais de distrito do continente. Depois reuniram uma panóplia de 21 indicadores, distribuídos em quatro “sub-índices de competitividade”: demográfica, laboral, empresarial e conforto (o índice final é uma média simples dos quatro). Assim, na competitividade demográfica a Guarda ocupa o quinto lugar, neste sub-índice foram tidas em conta a densidade populacional, a taxa de crescimento populacional, a idade média dos residentes, a esperança média de vida, a taxa de mortalidade infantil e a percentagem de recolha de resíduos sólidos urbanos. No sub-índice laboral, ocupa o nono lugar, neste capítulo contaram a taxa de desemprego, a dimensão laboral das empresas e o número de empresários em nome individual. Por outro lado, na competitividade empresarial a Guarda ocupa o 13º lugar, aqui foram tidos em conta o volume de negócios no comércio, a capacidade de alojamento média nos estabelecimentos hoteleiros, a taxa bruta de ocupação, as licenças para construções novas, as licenças para habitação e visitantes por museu. Por último, no conforto que é o quarto sub-índice, a Guarda encontra-se no 10º lugar, para este capítulo contaram o número de pessoas e divisões por alojamento, os alojamentos sem pelo menos uma infraestrutura básica, os alojamentos familiares vagos e os edifícios exclusivamente residenciais. O estudo conclui que o interior tem algumas vantagens sobre o litoral, designadamente na dimensão que os autores descrevem como “conforto” (e que tem sobretudo a ver com critérios de habitação).

Patrícia Correia

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