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Guarda com nove especialidades de referência

Distribuição de valências pelas três unidades da Beira Interior deixou de fora a localização dos Blocos de Partos

O Hospital Sousa Martins deverá ter nove especialidades de referência – mais uma que a Covilhã – no futuro Centro Hospitalar da Beira Interior, de acordo com o mapa de distribuição de valências acordado entre as três unidades fundadoras (Guarda, Covilhã e Castelo Branco) e enviado em Maio passado ao ministro da Saúde. O documento foi analisado, na semana passada, pelo executivo da Câmara, mas maioria e oposição fizeram leituras diferentes dos dados.

Na Guarda terão destaque áreas como a Cardiologia, Dermatologia, Imunoalergologia, Otorrinolaringologia e Pneumologia, enquanto Medicina Nuclear, Oncologia Médica, Radioterapia e Reumatologia serão novas valências a criar. Para além destas, haverá especialidades básicas, comuns aos três hospitais, caso, entre outras, da Cirurgia, Medicina Interna, Ginecologia ou Pediatria. Por localizar continuam os Blocos de Partos, cuja decisão caberá ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar. No documento apresentado na sessão de Câmara, Fernando Girão, director do Sousa Martins, esclarece que a administração concordou sempre com a criação do Centro Hospitalar desde que a Guarda «não perdesse qualquer valência e que o projecto de recuperação e ampliação do Hospital tivesse execução no tempo previsto». Mas para Ana Manso isso não basta. A vereadora do PSD, que é administradora hospitalar, disse ter «muitas dúvidas e preocupações» com o que ficou a saber. «Não está definido o modelo do Centro Hospitalar, muito menos o perfil do futuro Hospital da Guarda ou o seu modelo de gestão. Isso são condições prévias para que o Sousa Martins não seja mais uma vez desclassificado», afirmou.

Por outro lado, a vereadora quer saber o que é que a unidade guardense vai ganhar com esta integração. «As valências que dizem respeito à Guarda são sempre na condição de virem a ser criadas, portanto, não estão definidas e isso é preocupante, porque podemos não conseguir manter o que temos com autonomia e as competências exigíveis», receia. Para Ana Manso, o Hospital Sousa Martins está «novamente a perder oportunidades» com este acordo. Mais optimista está o presidente da Câmara, que considerou que o documento «é bom para o Hospital, pois tem áreas de referência e cria novas especialidades, que interferem na construção da nova unidade». Joaquim Valente disse mesmo que a administração defendeu «bem os interesses e as necessidades do Hospital, já que vai entrar em obras», e desvalorizou a questão da gestão: «Isso é o menos importante para já, o que interessa é definir com clareza os passos do programa de construção», sublinhou, admitindo que o processo de requalificação e ampliação do Sousa Martins está agora a andar «mais célere». Por resolver continua a localização da Maternidade, cuja manutenção o autarca não abre mão. «Trata-se de uma decisão política e queremos acreditar que ela será no sentido de não fechar este serviço na Guarda», defende. O executivo vai agora reunir com a administração do Hospital para esclarecer as dúvidas suscitadas pelos eleitos do PSD.

Luis Martins

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