Arquivo

Guarda com 3.090 desempregados

Aposta na formação profissional pretende combater falta de oferta em determinadas áreas

Apesar de ter inscritos 3.090 desempregados, existem várias áreas em que o Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda não consegue satisfazer todos os pedidos das empresas. Serralheiros civis, bate-chapas, empregados de mesa ou condutores de máquinas de escavação são apenas algumas das áreas onde não há capacidade de resposta.

Armando Reis, director do Centro de Emprego da Guarda, reconhece que há «ofertas de emprego que não conseguimos satisfazer», essencialmente porque há «falta de profissionais qualificados», daí que a formação tenha um «papel decisivo» para combater esta tendência. «Um desempregado pode ter tido uma vida activa numa determinada profissão, mas quando se vê numa situação de desemprego, forçosamente, tem que inverter o seu percurso», realça, frisando que, cada vez mais, as pessoas «não têm só um emprego ao longo da vida». Assim, está a ser desenvolvida uma actuação a nível da formação profissional «sempre na perspectiva do desenvolvimento e da qualificação» dos formandos. De resto, a formação é «cada vez mais fundamental para quem está desempregado, mas também para os empregados», considera, sublinhando que os desempregados têm que ter uma «participação activa» na procura de emprego. Em relação às ofertas que não consegue satisfazer, Armando Reis coloca a serralharia civil no topo da lista, sendo que o sector da hotelaria, como empregados de mesa ou ajudantes de cozinha, também é uma actividade faltam profissionais qualificados, pelo que vai ser feita uma aposta na formação.

Outras áreas sem capacidade de resposta são as de técnicos de manutenção de equipamentos industriais, bate-chapas, pedreiros, serventes de construção civil, condutores de máquinas de escavação ou telefonistas de “call center”. No sentido de fomentar a formação, e nomeadamente entre os jovens, o Centro de Emprego da Guarda apresentou recentemente o seu plano para 2006 que, no entanto, por ter sido elaborado no ano passado, «já está desajustado» da realidade actual. Abrangendo os concelhos de Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Guarda, Manteigas e Sabugal, o Centro de Emprego da Guarda tem actualmente inscritos 3.090 desempregados, menos 110 que em Janeiro, tendo sido efectuadas 65 colocações só em Fevereiro. No primeiro mês deste ano inscreveram-se 632 pessoas, contra apenas 371 em Fevereiro, o que revela, em relação ao mês homólogo do ano passado e a Dezembro, um aumento do desemprego, em cerca de 400 indivíduos.

Armando Reis frisa que para a acentuada subida do número de inscritos verificada em Janeiro muito contribuíram trabalhadores oriundos da Delphi (Guarda) e Sotave. No primeiro caso, houve um conjunto «muito forte de trabalhadores que rescindiram contrato por mútuo acordo», enquanto que na têxtil de Manteigas houve uma série de operários que, apesar de já estarem inscritos, só em Janeiro passaram para a situação de desempregados. Já no caso do fecho da Rohde, programado para Abril, em que a maior parte dos trabalhadores deverá inscrever-se no Centro de Pinhel, Armando Reis está convencido de que também haverá alguns inscritos na Guarda, provenientes essencialmente das freguesias situadas a Norte do concelho. «Não é um número significativo, mas algumas pessoas virão de certeza para aqui», admite. Entretanto, dia 14, o Centro de Emprego da Guarda vai acolher um encontro de profissionais de formação profissional que deverá contar com a participação de 50 pessoas de Portugal e Espanha.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply