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Guarda 814

Depois de quase 40 anos de executivos socialistas, a Guarda comemorou o seu aniversário com uma nova esperança, trazida por uma nova cor no executivo. No entanto, há muitos anos que as comemorações do foral da cidade não eram dominadas por tão pouca iniciativa, por tão pouca vontade de festejar, por tão pouca motivação para recordar a história da cidade e por tanta incerteza em relação ao futuro.

Tal como o país, a Guarda está dominada pelo medo, pelo pessimismo, pela interioridade e êxodo rural, mas enquanto o país vive um ciclo negativo, um resgate financeiro (e de soberania) e um programa de ajustamento complexo de médio-prazo, a Guarda vive um problema estrutural profundo de que dificilmente sairá se não houver medidas profundas de coesão territorial que sejam integradoras do país como um todo – e que é improvável nos próximos anos. Ainda assim, cabe registar algumas boas intenções, pelo menos para puxar pela autoestima, como o regresso da iluminação de Natal – uma ilustração singela que o anterior executivo não conseguia instalar há anos.

Parabéns à Guarda e aos guardenses. Parabéns a todos os resistentes, aos que escolheram ficar, aos que todos os dias acreditam que é possível ficar…

Luis Baptista-Martins

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