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Greve de professores «histórica» no distrito da Guarda

Os números do Sindicato dos Professores da Região Centro revelam uma adesão da ordem dos 97 por cento

Os professores do distrito da Guarda foram os protagonistas, na semana passada, de uma «greve histórica», reconheceu Sofia Monteiro, coordenadora do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).

Ao final da última quarta-feira, os dados apurados por esta estrutura sindical situavam a greve perto dos 97 por cento. Das 29 escolas secundárias do distrito, 19 registavam entre 99 e 100 por cento de adesão. Nas restantes 10, os professores em greve passavam os 95 por cento. Entre as escolas do 1º Ciclo, a adesão ao protesto situou-se entre os 98 e os 100 por cento. Uma das poucas excepções verificou-se, segundo o SPRC, na escola do Bonfim, na Guarda, onde apenas um professor esteve a leccionar. Os alunos aproveitaram o “feriado” anunciado para gozar a manhã sem aulas, sem manifestações ou confusões. De resto, os Conselhos Executivos já haviam informado as transportadoras, que levaram de volta a casa os alunos que, diariamente, se deslocam de autocarro das várias aldeias para a sede do distrito.

«Estes números são sintomáticos da vontade dos professores. A ministra da Educação deve abandonar esta obstinação relativamente a um modelo obsoleto de avaliação dos professores e negociar uma alternativa com os sindicatos», disse Sofia Monteiro. A coordenadora do SPRC no distrito da Guarda considerou mesmo que se nada mudar, Maria de Lurdes Rodrigues deve demitir-se. «Mas a ministra também pode fazer parte da solução, assim haja vontade, pois o que importa é resolver a situação em que meteram os professores».

Entretanto, a «esmagadora maioria» dos docentes da Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico da Sé, na Guarda, decidiu suspender o Processo de Avaliação de Desempenho «até que se proceda a uma revisão concertada do mesmo, que o torne exequível, justo, transparente, ou seja capaz de contribuir para uma escola pública de qualidade», referem num abaixo-assinado enviado à tutela. Esta posição de «veemente desagrado» face ao actual modelo foi subscrita, por unanimidade, pelos Departamentos Curriculares da escola.

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