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Gramática em mudança

ANÁLISE

Depois de dominarmos bem a leitura, somos confrontados com esta temática no 1º Ciclo: a gramática. Julgo que nesta fase é necessário que o aluno compreenda sem dificuldades os conceitos básicos de gramática, que não só ajudam na expressão escrita e oral, como também são a base essencial para que depois a aprendizagem de novos conceitos gramaticais se torne mais simples e clara. O que acontece é que muitas vezes os alunos não adquirem estas bases no ensino básico e iniciam um 5º ano com várias lacunas no âmbito da língua portuguesa. Durante o 5º, 6º e 7º anos o tempo gasto com a gramática é razoável, de maneira que o aluno tem a obrigação de absorver todos os novos conceitos gramaticais. A verdade porém é que vão sendo esquecidos e não são suficientemente abordados no 8º e 9º anos, para que o aluno consiga dominar bem a gramática.

Ao nível do 10º ano, os conceitos gramaticais são novos, o que permite ao aluno melhorar o domínio do funcionamento da língua. No 11º ano, as coisas alteram-se. As aulas baseiam-se no estudo minucioso das obras que estão estipuladas no programa, não restando muito tempo para o funcionamento da língua. Penso que todos nós nos questionamos acerca deste problema entre os alunos do 11º ano.

Em conversa com a professora de Português Emília Igreja Costa, ela expôs-me a sua opinião acerca deste tema. Para ela, a maioria dos alunos do 11º ano tem muitas lacunas ao nível do funcionamento da língua, talvez porque esta componente não foi suficientemente abordada nos anos anteriores. O tempo das aulas da disciplina de Português é reduzido, segundo ela, sendo indispensável haver mais um bloco de aulas por semana de forma a que essa aula seja dedicada apenas ao funcionamento da língua. Acerca da nova terminologia gramatical, no ensino básico está suspensa, mas no ensino secundário não. Então e os professores? Como se sentem eles no meio de tudo isto? A maioria dos professores não conhece bem esta “nova gramática” e as suas regras, o que torna mais difícil para os professores ensinar os alunos. Há portanto alguma insegurança na maioria dos professores ao confrontarem os alunos com a nova terminologia. As próprias acções de formação sobre a nova terminologia, destinadas aos professores, foram insuficientes e não esclareceram todas as dúvidas.

No entanto, a nova terminologia vai entrar “em força” no próximo ano lectivo nos novos programas do ensino básico (nesta escola no 7º ano). A forma de abordar a gramática com a nova terminologia vai ser diferente. O aluno é confrontado com um texto e é-lhe exigido identificar esses conceitos e regras gramaticais sem os conhecer numa primeira fase, fazendo depois o professor a conceptualização e sistematização.

A nova terminologia (ver Dicionário Terminológico no site da DGIDC) vem finalmente estabelecer uma norma clara, que irá ajudar os professores a situar-se de modo esclarecido relativamente à linguagem a utilizar e a transmitir.

Tatiana Gouveia (11º F)

Gramática em mudança

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