O Conselho de Ministros aprovou na última quinta-feira a criação de uma zona de jogo na Serra da Estrela com vista à criação de um casino no concelho da Covilhã. «Trata-se de uma data de grande relevo e importância para o desenvolvimento da Covilhã e da região», disse um entusiasmado Carlos Pinto, numa cerimónia realizada no salão nobre da Câmara pouco depois de ser conhecida a deliberação do Governo. «É um projecto fundamental para a afirmação turística do concelho e da Serra da Estrela e para o desenvolvimento económico da região», garantiu.
O autarca covilhanense considera que a existência de um casino na zona irá «acelerar a economia regional», através da criação de mais postos de trabalho, das receitas directas geradas e dos efeitos que irá induzir noutras áreas de actividade, para além de beneficiar as «actividades sociais e as infraestruturas com os recursos provenientes da actividade do casino», salientou. «Cumpre-se mais uma promessa desta Câmara que a muitos parecia inalcançável», sublinhou, salientando que a viabilização do projecto apenas foi possível graças à «persistência e justificação adequada do projecto». Entre os argumentos está o facto da região estar fora das áreas de influência dos casinos do Estoril, da Figueira e de Espinho, além de que o projecto a instalar na Serra irá abranger os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco e Portalegre, bem como as regiões espanholas de Salamanca, Badajoz e Cáceres, num total de três milhões de pessoas. A proposta apresentada em Dezembro de 2003 pela Câmara da Covilhã e Turistrela – empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela, contempla ainda a construção de mais duas unidades hoteleiras, uma nas Penhas da Saúde e outra na Varanda dos Carqueijais, um pavilhão polivalente, 600 casas de montanha, posto de saúde, posto da GNR, zonas de comércio e lazer e a construção de diversos equipamentos.
Está dado um passo «irreversível» para criar uma «nova frente de turismo no país», acredita o autarca, que acredita que esta decisão vai facilitar a eliminação das casas de zinco na zona das Penhas da Saúde. Resta agora aguardar pela publicação nos próximos meses em “Diário da República” dos Decretos Regulamentares que irão definir a tributação fiscal, a abertura do concurso público e a aprovação do consórcio que irá explorar o Casino da Covilhã na Zona de Jogo da Serra da Estrela, o que se espera ser já em 2006. O custo do projecto, estimado entre 30 a 50 milhões de euros, irá «depender da ambição com que for feito», adianta Carlos Pinto. «Esta é a grande estrela da Serra da Estrela», disse por sua vez Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, para quem os novos equipamentos existentes na Zona de Jogo irão «fortalecer» o turismo numa região que já atrai milhares de turistas graças à «grande âncora que é a neve». Aquele responsável espera apenas que o futuro casino venha a ser liderado por «um grupo forte, com “know-how” e provas dadas para fazer do projecto uma referência europeia».
Liliana Correia
