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Governo quer reforçar grupos de primeira intervenção

Ministro da Administração Interna considera que esta é uma «boa estratégia» e deverá ser mantida nos próximos anos

O Governo vai continuar a apostar no próximo ano nas brigadas helitransportadas para uma resposta mais eficaz no combate aos incêndios florestais. A garantia foi deixada pelo ministro da Administração Interna durante uma visita ao Centro de Meios Aéreos da Covilhã na passada sexta-feira, no âmbito de um périplo que o governante está a fazer um pouco por todo o país.

Para António Costa, é necessário «reforçar ainda mais estes meios de primeira intervenção» nos próximos anos. «Nesta época fez-se um grande esforço com a GNR, estabilizou-se o modelo, mas temos que conseguir cobrir a totalidade do país com estas brigadas helitransportadas a 365 dias por ano», disse. Por isso, assegurou que o Governo vai continuar a mobilizar os bombeiros (voluntários e profissionais), militares da GNR e sapadores florestais. Até porque o dispositivo concertado de combate aos incêndios deste Verão tem estado «a funcionar bem» e revelou-se uma «boa estratégia nestes primeiros dois meses» da época oficial, acrescentou o ministro. «Foi uma boa decisão apostar tudo na primeira intervenção», considerou, esperando apenas que esta estratégia continue a dar frutos nos próximos dois meses e meio que faltam até 15 de Outubro, terminus do período crítico dos fogos em Portugal.

Segundo dados do último relatório da Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF), a área ardida em 2006 é a mais reduzida dos últimos anos. Comparativamente ao período homólogo, os fogos deste ano queimaram uma extensão sete vezes inferior. Ou seja, entre 1 de Janeiro e 31 de Julho, as chamas devastaram 13.971 hectares de floresta, enquanto que no ano passado consumiram 91.627 hectares. Mas, apesar de se dizer satisfeito com o trabalho desenvolvido até aqui, António Costa recusou fazer um balanço, argumentando que «ainda é cedo para fazer balanços» porque está-se a entrar na fase mais crítica dos incêndios florestais. No entanto, o ministro aproveitou a passagem pela Covilhã para recomendar aos cidadãos «um maior cuidado» nesta fase e apelar para «não se fumar na floresta, não fazer trabalhos com máquinas agrícolas no mato, não se lançarem foguetes e ter cuidado com os piqueniques». Isto porque «a maioria dos incêndios ocorrem por negligência», garante, sendo este tipo de comportamentos a sua causa. E exemplifica, lembrando que os dois grandes incêndios deste ano foram provocados por motoroçadouras, nomeadamente o de Famalicão da Serra, que ceifou a vida a seis bombeiros. Já em Castelo Branco, e após uma reunião no Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), António Costa revelou a intenção do Governo criar em todo o país salas especiais para interligar todas as forças de segurança e emergência.

Liliana Correia

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