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Governo prepara-se para encerrar urgências

Reforma inicia-se em Janeiro e vai abranger os serviços de centros de saúde e hospitais com pouca procura durante a noite

O Governo prepara-se para iniciar em Janeiro uma reforma nos serviços de urgência, onde se consta a divisão das unidades de saúde em três níveis de cuidados e o encerramento das urgências de alguns centros de saúde e hospitais. As unidades da região estão na primeira fila.

De acordo com a agência Lusa, o ministério da Saúde pretende criar uma nova rede, com três níveis de serviços diferenciados: as urgências polivalentes (para os casos mais graves e complexos), as médico- cirúrgicas (de nível intermédio) e as urgências básicas. Uma mudança que implicará o fecho de algumas urgências hoje em funcionamento, nomeadamente das que atendam em média menos de dez utentes por noite, no caso dos centros de saúde, e de 25, no caso dos hospitais.

Por outro lado, apenas os hospitais maiores e mais diferenciados poderão ter urgências polivalentes, que irão atender os casos de emergência (quando há falência de um órgão ou função vital).

Aos centros de saúde ficarão reservados os serviços básicos, o nível menos especializado, mas estes só poderão funcionar em unidades onde existam meios complementares de diagnóstico e terapêutica essenciais, para evitar que os doentes sejam depois reenviados para outras unidades hospitalares equipadas, como hoje acontece. Cada uma destas unidades é ainda obrigada a ter pelo menos dois médicos e dois enfermeiros de serviço.

A distribuição dos doentes por estes três níveis e pelas unidades mais próximas será feita através de um Call Center, um novo serviço central de aconselhamento e encaminhamento de doentes que arrancará previsivelmente em Julho de 2006. Este serviço – uma linha telefónica que substituirá as actuais “Linha de Saúde Pública” e a pediátrica “Trim Trim Dói Dói”, será assegurado por 160 enfermeiros especializados.

As próprias unidades têm de adoptar um sistema de triagem dos casos mais graves, atribuindo um nível de urgência à chegada dos doentes.

Já o transporte dos doentes urgentes para hospitais encaminhados pelo Call Center terá de ser obrigatoriamente efectuado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, e não pelos bombeiros.

Este novo sistema que a secretária de Estado da Saúde, Cármen Pignatelli, pretende avançar insere-se no «contexto de escassez de recursos» e como forma de «evitar a duplicação de serviços», cita a Lusa. Por sua vez, o porta-voz do ministério disse que o Governo pretende com isto assegurar «uma maior proximidade às populações», de forma que «qualquer utente, em qualquer ponto do país, tenha uma urgência a menos de 60 minutos». E acrescenta, afirmando que hoje existem 450 mil pessoas a mais de uma hora de distância de um centro de saúde a funcionar em horário nocturno.

Esta iniciativa do governo será explicada aos utentes através de uma campanha nacional a lançar em Janeiro, com o tema “Tempo e Competência são Vida”.

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