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Governo confirma que vai estudar portagens na A25 e A23

Juventude Socialista da Guarda garante que «há muito e de muitas formas que o interior pagou as suas “portagens”»

O Governo confirmou, na passada segunda-feira, que está a avaliar a introdução de portagens nas quatro auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) onde, este ano, ainda se vai circular sem pagar. A A25 (Aveiro-Vilar Formoso) e a A23 (Guarda-Torres Novas) estão na lista.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado das Obras Públicas afirmou que o Governo vai iniciar estudos para avaliar a criação de portagens nas SCUT do Algarve (gerida pelos espanhóis da Ferrovial), da Beira Litoral e Alta (sob responsabilidade da Mota-Engil), da Beira Interior (a cargo da Soares da Costa) e Interior Norte (sob gestão da Effage e da Sonae). A sua introdução dependerá dos resultados desta avaliação, que será feita no segundo semestre deste ano, revelou Paulo Campos. «Se os critérios, que têm a ver com as condições sócio-económicas das zonas atravessadas por estas auto-estradas e com a existência de estradas alternativas, estiveram cumpridos, avançaremos com a aplicação do princípio do utilizador-pagador», garantiu o governante. Por cá, a Federação Distrital da JS da Guarda já repudiou as recentes declarações do deputado socialista Victor Baptista, que defendeu a introdução de portagens nas auto-estradas SCUT em que ainda não se paga, como a A23 e a A25, por uma questão de «justiça e princípio».

O argumento é «falacioso», criticam os jovens socialistas, liderados por Pedro Rebelo, que analisam «dados relevantes» dos dois distritos para contestar a posição do deputado eleito por Coimbra. A começar pelas instituições de ensino superior: «Milhares de jovens da Guarda são obrigados, todos os anos, a deixar a sua área de residência para estudarem em maiores centros urbanos, como, por exemplo, Coimbra» e «é aí que deixam as rendas aos proprietários de apartamentos, lucro nos restaurantes, que enriquecem as livrarias», constata a JS. «É em Coimbra que são despejados milhões de euros anuais provenientes das famílias da Guarda», acrescenta a Juventude Socialista, referindo que o mesmo acontece na área da saúde. No comunicado lê-se ainda que «convém não esquecer que as auto-estradas sem custos chegaram ao interior com 25 anos de atraso» e que «durante duas décadas e meia o interior assistiu à construção de centenas de quilómetros» de auto-estradas nos distritos do litoral.

«Feitas as contas, há muito e de muitas formas que o interior pagou as suas “portagens”», conclui a JS. Entretanto, está a circular na Internet um apelo à criação de um movimento contra as portagens na A25 e A23. O email desafia os habitantes da região a reagir contra uma medida considerada o culminar «do encerramento completo do interior», sublinhando que é preciso «parar estes golpes» contra a região. A mensagem refere que no dia 27 de Junho, pelas 14h30, os contestatários vão tentar organizar-se – sem adiantar o local – para impedir a introdução de portagens nestas duas auto-estradas.

Luis Martins Fim das SCUT depende da avaliação das condições sócio-económicas da região e das estradas alternativas

Governo confirma que vai estudar portagens
        na A25 e A23

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