Gouveia e Desportiva do Soito empataram sem golos no Estádio do Farvão, no passado domingo, num resultado que espelha o futebol de fraca qualidade praticado pelas duas equipas.
Os serranos foram os primeiros a abeirarem-se da baliza, logo ao primeiro minuto, num remate de Cavacas. Contudo, apesar desta precocidade, desde logo se começou a perceber a falta de atitude dos gouveenses. Os locais tinham maior posse de bola, mas não lhe davam o melhor aproveitamento, falhando demasiados passes e desperdiçando as poucas oportunidades que foram criando. Aos 10’, Cláudio apareceu em posição frontal, mas rematou fraco e à figura de Tiago. Aos 22´, Magalhães protagonizou uma boa jogada individual e entrou com perigo na área, só que Tiago esteve novamente em destaque, saindo-se bem aos pés do atacante gouveense. E, aos 39´, foi Fábio Rebelo a cabecear ao poste no seguimento de um pontapé de canto.
O Soito dava a iniciativa de jogo aos da casa e apostava em contra-ataques rápidos, tendo surgido com relativo perigo junto da baliza contrária apenas nos últimos cinco minutos da primeira parte. Aos 40’, Rui Neves deixou fugir a bola para os pés de Mauro, que na sequência do lance caiu na área, em disputa com o guardião gouveense. Os visitantes pediram grande penalidade, mas o árbitro nada assinalou. Aos 43’, na sequência um canto, um cabeceamento de Mica saiu por cima da baliza. Na segunda parte, a toada do jogo manteve-se, com um futebol de péssima qualidade de parte a parte. A balança ficou completamente desequilibrada a favor do Gouveia a partir dos 56´, quando o árbitro puniu com o vermelho direto uma entrada mais ríspida de Arlindo sobre Cavacas.
O domínio dos locais passou a ser total, mas nem por isso a qualidade do jogo melhorou. Aos 60´, Rebelo rematou rasteiro para fora depois de uma boa solicitação de Nascimento. Aos 62’ foi Magalhães a desperdiçar uma oportunidade soberana para inaugurar o marcador ao aparecer solto de marcação na área forasteira, mas cabeceou muito por cima. A bola entrou mesmo aos 69’, num lance invalidado por Bruno Pinto por fora-de-jogo de Rebelo, numa decisão que suscitou fortes protestos por do público gouveense. Por esta altura, o terreno de jogo assemelhava-se a uma estrada de sentido único em direção à baliza do Soito, que se entrincheirou na defesa. Já o Gouveia continuou a protagonizar uma exibição desgarrada e a falhar oportunidades de golo.
Aos 72’, Octávio rematou por cima e aos 77’ Cavacas quase fez golo, não fosse o corte oportuno de Fragoso. No seguimento da jogada, Vítor Graça atirou para fora. Aos 80’, o Soito aventurou-se no ataque e quase surpreendeu os gouveenses, mas Veríssimo, num primeiro remate, e Cláudio, na recarga, não conseguiram bater Rui Neves. Os minutos finais foram de forte pressão por parte do Gouveia, mas a desinspiração continuava a imperar entre os comandados de Jorge Cardoso. O resultado final penaliza a ineficácia e a falta de atitude do Gouveia, que não conseguiu chegar ao golo mesmo jogando em superioridade numérica durante mais de meia hora. Com este resultado, os serranos caíram para o quarto lugar da classificação. O árbitro Bruno Pinto teve uma tarde difícil, com o seu trabalho a ser contestado por ambas as equipas.
Fábio Gomes 
