Gouveia vai ter um pólo de formação do Instituto de Emprego e Formação Profissional no próximo Verão, segundo o protocolo assinado naquela cidade entre a autarquia e o IEFP na semana passada. Esta unidade, orçada em 750 mil euros, vai ser construída numa parcela de terreno de 1.370 metros quadrados integrante da ex-Sociedade Industrial Gouveense (SIG), cedida para o efeito pelo município por 90 anos. O projecto do imóvel foi apresentado durante a cerimónia, realizada na quarta-feira, e contempla diversas valências, com destaque para um balcão de atendimento permanente e espaços formativos polivalentes, que ficarão na dependência da Delegação Regional do Centro do IEFP, com sede em Coimbra.
A instalação desta estrutura com autonomia em Gouveia visa encontrar soluções para combater o elevado número de desempregados gerados pela crise da indústria têxtil no concelho nos últimos anos. Nesse sentido, espera-se que possa contribuir para fomentar a criação de alternativas de emprego na região, orientando e formando os antigos trabalhadores têxteis e outros desempregados para o desenvolvimento de novas actividades económicas que sejam fixadoras da população. O acordo foi rubricado à margem da abertura das tradicionais Festas do Senhor do Calvário, numa sessão solene presidida pelo secretário de Estado Adjunto e do Trabalho. Para Luís Pais Antunes, a criação de condições para aumentar as qualificações e a empregabilidade das pessoas deve ser a principal preocupação do Governo, porque «fazer centros de apoio à criação de empresas quando faltam pessoas qualificadas para trabalhar nelas, é começar a fazer uma casa pelo telhado em vez de a fazer pelos alicerces». Já Álvaro Amaro, presidente da Câmara, regozijou-se pelo facto de uma estrutura directamente tutelada pelo Estado vir instalar-se em Gouveia e lançou ainda o desafio para que a obra seja concluída o mais rápido possível.
«Com esta sábia decisão, vamos ter em Gouveia um organismo do Estado, que é uma coisa rara. Este é por isso um dia verdadeiramente notável, pois vai nascer um dos projectos mais ambiciosos que Gouveia tem no seu próximo futuro», disse, realçando o facto deste novo serviço público vai «não só gerar ele próprio postos de trabalho, como também vai contribuir para a formação da população activa». De resto, o autarca adiantou ainda que a concretização deste pólo de formação profissional resultou da «evolução gradual» de um projecto de criação de um ninho de empresas na “cidade-jardim”, uma ideia lançada quando chegou à Câmara. «Era preciso fazer alguma coisa pela dinamização da actividade empresarial e económica de Gouveia. Esta solução é um vector estratégico do desenvolvimento integrado e sustentado que perseguimos: a requalificação dos nossos recursos humanos pós-crise do sector têxtil», declarou Álvaro Amaro.