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Gouveia vai ter pólo de formação profissional em 2005

Iniciativa do IEFP, orçada em 750 mil euros, visa criar alternativas de emprego numa região fustigada pela crise têxtil

Gouveia vai ter um pólo de formação do Instituto de Emprego e Formação Profissional no próximo Verão, segundo o protocolo assinado naquela cidade entre a autarquia e o IEFP na semana passada. Esta unidade, orçada em 750 mil euros, vai ser construída numa parcela de terreno de 1.370 metros quadrados integrante da ex-Sociedade Industrial Gouveense (SIG), cedida para o efeito pelo município por 90 anos. O projecto do imóvel foi apresentado durante a cerimónia, realizada na quarta-feira, e contempla diversas valências, com destaque para um balcão de atendimento permanente e espaços formativos polivalentes, que ficarão na dependência da Delegação Regional do Centro do IEFP, com sede em Coimbra.

A instalação desta estrutura com autonomia em Gouveia visa encontrar soluções para combater o elevado número de desempregados gerados pela crise da indústria têxtil no concelho nos últimos anos. Nesse sentido, espera-se que possa contribuir para fomentar a criação de alternativas de emprego na região, orientando e formando os antigos trabalhadores têxteis e outros desempregados para o desenvolvimento de novas actividades económicas que sejam fixadoras da população. O acordo foi rubricado à margem da abertura das tradicionais Festas do Senhor do Calvário, numa sessão solene presidida pelo secretário de Estado Adjunto e do Trabalho. Para Luís Pais Antunes, a criação de condições para aumentar as qualificações e a empregabilidade das pessoas deve ser a principal preocupação do Governo, porque «fazer centros de apoio à criação de empresas quando faltam pessoas qualificadas para trabalhar nelas, é começar a fazer uma casa pelo telhado em vez de a fazer pelos alicerces». Já Álvaro Amaro, presidente da Câmara, regozijou-se pelo facto de uma estrutura directamente tutelada pelo Estado vir instalar-se em Gouveia e lançou ainda o desafio para que a obra seja concluída o mais rápido possível.

«Com esta sábia decisão, vamos ter em Gouveia um organismo do Estado, que é uma coisa rara. Este é por isso um dia verdadeiramente notável, pois vai nascer um dos projectos mais ambiciosos que Gouveia tem no seu próximo futuro», disse, realçando o facto deste novo serviço público vai «não só gerar ele próprio postos de trabalho, como também vai contribuir para a formação da população activa». De resto, o autarca adiantou ainda que a concretização deste pólo de formação profissional resultou da «evolução gradual» de um projecto de criação de um ninho de empresas na “cidade-jardim”, uma ideia lançada quando chegou à Câmara. «Era preciso fazer alguma coisa pela dinamização da actividade empresarial e económica de Gouveia. Esta solução é um vector estratégico do desenvolvimento integrado e sustentado que perseguimos: a requalificação dos nossos recursos humanos pós-crise do sector têxtil», declarou Álvaro Amaro.

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