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Gouveia presta tributo às queijeiras

Monumento foi inaugurado por Fernando Serrasqueiro durante a Feira do Queijo

Em Gouveia, umas ruas abaixo da estátua do homem dos lanifícios, reside agora a queijeira. O monumento foi inaugurado no domingo por Maria Alice, em representação destas trabalhadoras, por Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, e Álvaro Amaro, autarca gouveense. O dia, que foi de festa, teve depois a apresentadora Marisa Cruz – acompanhada do marido, João Pinto, ex-jogador de Benfica e Sporting –, como rainha do cortejo carnavalesco que, de tarde, percorreu as ruas da cidade.

Antes, na cerimónia Álvaro Amaro ouviu Maria Alice corroborar as dificuldades vividas pelos produtores de queijo da Serra, cujo preço pouco ou nada tem aumentado. «Era bom para a nossa economia que o preço subisse», sustentou o autarca, que vê neste produto «uma imagem de marca que contribui bastante para a economia regional». A esta “imagem” ficará agora associada a da queijeira do Jardim da Ribeira, a pedir alterações de fundo nesta arte tradicional. «Um produtor dizia que não se podia candidatar a apoios financeiros porque o obrigam a ter um contrato de arrendamento da terra. Claro que a lei é geral, mas tem de haver especificidades, alguma flexibilidade, uma discriminação positiva. Caso contrário, estamos a condenar mais depressa muitas terras do interior», acrescentou Álvaro Amaro. Já Fernando Serrasqueiro destacou a marginalidade do queijo da Serra, que vai escapando à produção de massas.

«Mas também não é isso que se pretende», ressalvou o secretário de Estado: «Em nichos de mercado, estes produtos podem vir a ter uma importância ainda maior para a vida económica e social desta região. Importa fazer deles um factor de riqueza», desafiou, embora tenha admitido que este discurso já data de «há muito tempo», tal como algumas dificuldades dos produtores, a começar pela carência ou ineficácia de alguns apoios. A estes aspectos burocráticos junta-se «uma economia muito artesanal, muito afastada das grandes redes de distribuição», notou. Por isso, melhorar estas redes de distribuição, promoção e de marketing «é o salto que ainda falta dar», considerou o governante. E o MODCOM – actualmente em fase de candidaturas – pode dar um apoio substancial, a juntar à linha de crédito que carece apenas de promulgação, ou aos apoios a jovens agricultores e à produção energética. «Mas também faltam agrupamentos de produtores, para haver promoção conjunta do queijo com estas características, e certificação ao nível da qualidade», reconheceu Fernando Serrasqueiro.

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