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«Gostaria de ver as pessoas como mais um polícia na Covilhã»

Cara a Cara – Entrevista

P- Que balanço faz destes seis meses à frente da secção da PSP da Covilhã?

R – É uma unidade como qualquer outra do país. Tem os seus problemas, mas é calma e serena. Está também integrada numa cidade calma e isso facilita o trabalho dos operacionais. Quando cheguei aqui, em Janeiro, disse que gostaria de ver as pessoas a serem mais um polícia e mais “olhos” na cidade. Até porque não temos um grande número de agentes para que possa haver um polícia em cada rua. Temos um efectivo razoável para fazer face às solicitações. Se os covilhanenses pudessem também ajudar nesse sentido, acho que a segurança iria aumentar. Em suma, estou satisfeito por ter vindo para a Covilhã e com as pessoas com quem estou a trabalhar, porque fazem tudo ao seu alcance para que a cidade continue a ser segura.

P- A maioria dos incidentes relacionam-se com a vida nocturna?

R- Há episódios e situações que acontecem, comum a todas as cidades, como os barulhos, movimentação e vida nocturna. Mas não podemos dizer que tudo o que se passa numa cidade esteja relacionado com a vida nocturna. É óbvio que, nessa altura, acontecem os maiores excessos, como umas bebidas a mais. A noite é sempre o espaço mais apetecível para os indivíduos que se dedicam a actos ilícitos actuarem. Mas também há assaltos e outras situações durante o dia. Até por causa de um certo facilitismo, por esta ser uma “aldeia grande”. Mas é claro que há o reverso da moeda. Por ser uma aldeia grande, as pessoas conhecem-se, deixam as chaves nas portas, os carros abertos com as chaves no interior e janelas abertas. Ou seja, é um conjunto de factores que propícia, quiçá, a actuação dos “amigos do alheio”. Mas, no geral, esta é uma cidade agradável e segura, onde as pessoas podem sair à rua.

P- Como está o processo de delimitação da área de actuação?

R- Sobre isso não me vou pronunciar. As entidades competentes são conhecedoras daquilo que se pretende e estão a avaliar o que é possível fazer. As coisas estão a ser tratadas em sede própria e quando houver uma decisão, falaremos sobre ela. Até lá, isso não interessa. O que importa é garantir a segurança.

P- Era necessário ter mais efectivos nesta secção?

R- Temos os necessários para fazer face às solicitações. Obviamente que seria óptimo se viessem mais efectivos. O óptimo seria ter um grande “plafond” de agentes, mas para já é o mínimo necessário.

P- As novas instalações já estão em franco desenvolvimento. Quando é que a obra estará pronta?

R- Não tenho datas previstas. Quando cheguei, o projecto já estava aprovado e as obras tinham-se iniciado. Agora, tudo vai depender do curso da empreitada. Se tudo correr no prazo estipulado, a nova esquadra deverá estar pronta no final do ano ou no início de 2007. Vai-nos ajudar imenso em termos de instalações. Mas, como já disse algumas vezes, não são as instalações que fazem a Polícia, mas os elementos. E quem trabalha comigo tem feito de tudo para que a Covilhã continue uma cidade segura. Para além da nossa actividade normal, temos desenvolvido programas sociais importantes, caso do apoio ao idoso, “Escola Segura”, “Polícia do meu bairro” e “Verão Seguro”. Com este último posso dizer, de forma segura, que as residências que nos foram confiadas nos últimos anos não foram assaltadas. São os tais programas chamados de policiamento de proximidade e tem havido uma grande reciprocidade dos cidadãos.

P- Que outras ideias pretende implementar na Covilhã?

R- Há muitas. A cidade tem algumas especificidades que nos levam a ter um tipo de policiamento especial, mas para já seria incipiente dizer que vamos fazer isto ou aquilo. Tudo o que for implementado na análise que estou a fazer desde que aqui cheguei, será para o benefício do cidadão.

P- A proximidade das novas instalações da PSP com as da GNR poderá limitar o trabalho?

R- Não. Penso que ambas as forças têm a mesma missão e há um bom entendimento e relacionamento. A partir daí, creio que tudo se resolve facilmente. Temos a nossa área de actuação e a GNR a deles. Acho que não há qualquer problema, nem que a nossa secção fosse ao lado da GNR.

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