Proprietários têm que limpar faixas de 100 metros nas imediações das aldeias e das habitações isoladas até 15 de março, caso contrário poderão pagar coimas até 10 mil euros.
A GNR da Guarda está no terreno a alertar as populações para a necessidade de limpeza dos terrenos nas imediações das aldeias e das habitações isoladas até 15 de março e já pediu a colaboração dos padres para fazer passar a mensagem da operação “Floresta Protegida”.
A medida foi revelada pelo comandante territorial em conferência de imprensa na passada quinta-feira. «Este Comando enviou uma missiva ao bispo da Guarda a solicitar que os padres transmitam nas suas homilias a informação de que é necessário limpar uma faixa de gestão de combustível de 100 metros de terreno à volta dos aglomerados populacionais e também em redor das habitações isoladas e das vias de comunicação para reduzir o impacto dos incêndios», disse o coronel Cunha Rasteiro aos jornalistas. Até ao momento a GNR já realizou mais de 260 ações de sensibilização junto de autarcas, agricultores, sapadores florestais, dirigentes associativos e caçadores, entre outros responsáveis. «Até 15 de março contamos fazer, em média, cerca de dez ações por dia em todo o distrito», adiantou o oficial, acrescentando que a operação conta com o apoio das autarquias porque «a maior preocupação» são os terrenos cujos proprietários «não se conseguem identificar».
O comandante da GNR revelou ainda que, após 15 de março, terão que ser as autarquias a fazer a limpeza dos terrenos substituindo-se aos donos. «Nesse caso as coimas vão de 280 a 10 mil euros, no caso de pessoa singular, e de 1.600 a 120 mil euros, para pessoas coletivas. A esses montantes acrescem as despesas com a limpeza e o valor total pode ser executado fiscalmente se os proprietários não pagarem», adiantou Cunha Rasteiro, segundo o qual, em 2017, foram levantados 620 autos de contraordenação por falta de limpeza de terrenos. Na conferência de imprensa foi também anunciado que a GNR vai retomar as tertúlias “Serões da Guarda”, no café-concerto do TMG, para debater temas da área da segurança com os cidadãos. A primeira sessão realiza-se dia 20, às 21 horas, e será sobre a “Proteção da Natureza – Incêndios Florestais”. Já estão programadas sessões sobre cibersegurança (28 de março), violência doméstica (17 de abril) e segurança rodoviária (17 de maio).
«Queremos envolver a sociedade nestas ações que contarão com a intervenção de especialistas e investigadores do mundo académico, bem como responsáveis da GNR», acrescentou Cunha Rasteiro.
Mais acidentes com vítimas mortais em 2017
Em 2017 houve mais acidentes com vítimas mortais nas estradas do distrito da Guarda. O dados finais ainda não foram divulgados, mas, pelos elementos que já conhece, Cunha Rasteiro não tem dúvidas em afirmar que «houve um retrocesso».
E para reduzir a sinistralidade rodoviária este ano a GNR vai realizar mais ações de sensibilização, sobretudo junto dos condutores de veículos agrícolas, de motos e motociclos, mas também dos peões. «É preciso alterar comportamentos porque o álcool, o excesso de velocidade e a falta de cintos de segurança são as principais causas dos acidentes graves», revelou o capitão Cláudio Saraiva, sublinhando que num em cada quatro acidentes deste tipo o condutor conduzia sob influência do álcool. «No ano passado foram fiscalizados 70.200 automobilistas e um por cento conduzia com excesso de álcool. A GNR registou ainda 7.579 veículos em excesso de velocidade nos 274.670 fiscalizados e detetou 234 infrações por uso do telemóvel, nomeadamente da parte de peões», adiantou o oficial.
Luis Martins