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Globos de neve há muitos e por menos dinheiro

O INTERIOR quase comprou um no eBay por oito mil euros, mas encontrou outro mais em conta… na Guarda

O famoso globo de neve que está na Praça Velha não é único, nem a ideia é inédita. Ao que O INTERIOR conseguiu apurar, a oferta de estruturas em tudo similares à plantada no “coração” da cidade parece não faltar no país. Nem na Guarda. Mas a Agência para a Promoção da Guarda (APGUR) foi desencantá-lo na empresa que construiu a praia artificial de Mangualde e por 40 mil euros.

Só que é possível alugar a mesma estrutura por muito menos, cerca de 300 euros por dia, com tudo incluído, e… na Guarda. Contudo, o seu responsável, que não quis ser identificado para não ser prejudicado no seu negócio, escusou-se a prestar mais declarações, confirmando apenas o valor. «Até por menos dinheiro o alugava se fosse por vários dias, além de que se fosse na Guarda teria menos despesas com alojamento e pessoal», disse ainda. Há outra empresa do Porto que também possui um similar, mas onde não foi possível obter mais informações. O que se sabe é que esse globo de neve, idêntico ao que está na Praça Velha até ao final do mês no âmbito da animação de Natal, esteve durante vários dias num centro comercial de Bragança. Mas há mais. Este tipo de globos, de fabrico exclusivo na China, pode ser adquirido no Amazon e no eBay, os mais famosos portais de leilões online do mundo, e entregue em casa do cliente por cerca de oito mil euros, taxas alfandegárias incluídas.

Ou seja, uma ou outra solução ficaria sempre mais barata que a opção tomada pela APGUR. Senão façamos as contas. 40 mil euros a dividir por 27 dias – isto, se o globo estiver aberto no dia de Natal – dá pouco mais de 1.400 euros por dia. A diferença daria bem para instalar iluminação de Natal nas principais artérias comerciais do centro histórico. O INTERIOR tentou obter um comentário do responsável pela Agência, mas António Saraiva esteve sempre incontactável. Ainda no âmbito da animação natalícia, a autarquia autorizou o uso do histórico Solar Teles de Vasconcelos, próximo da Sé, para uma festa com DJ’s organizada no sábado à noite por uma empresa privada – a Heart Beat, de João Pedro Borges, que cobra 10 euros por entrada. Confrontada a Câmara da Guarda, o gabinete de relações públicas respondeu por escrito que a cedência acontece «a título excecional» e porque a iniciativa foi apresentada por uma associação parceira da autarquia – que não identifica – como sendo vocacionada para «a animação do centro histórico e dinamização do comércio local». Contudo, no cartaz do evento consta o apoio da APGUR.

Festa no Solar Teles de Vasconcelos

A autarquia adianta ainda que o espaço solicitado para festa é «restrito e está limitado, praticamente, ao pátio central do edifício», sendo que a entidade à qual foi cedido «se responsabiliza por quaisquer danos, utilizando para o efeito várias proteções, para além de assinar uma declaração de responsabilidade». De resto, assume-se que «faz parte das competências das autarquias a cedência de espaços públicos para o desenvolvimento de atividades que sejam entendidas com interesse». E esclarece-se que a dita associação «merece a total confiança da Câmara para a identificação da pertinência desta solicitação». No mesmo documento, o município adianta igualmente que «qualquer empresa» pode propor iniciativas para organizar no Solar Teles Vasconcelos ou «em qualquer outro» edifício do domínio publico e sob gestão da autarquia.

«Todas as ideias e projetos são objeto de análise e todos os espaços podem ser alvo de cedências de acordo com as capacidades existentes. Aliás, já foram cedidos diversos espaços para fins comerciais, como por exemplo, a Feira de Natal (Ideias.natal) que decorreu este fim-de-semana no futuro Museu de Arte Sacra [que é propriedade da Diocese] e onde, no passado, já decorreu uma exposição e um concurso de vinhos», lê-se. A Câmara também não é explícita sobre o valor a cobrar pela cedência, remetendo para «o regulamento em vigor».

Luis Martins APGUR alugou globo por 40 mil euros até ao final do mês

Comentários dos nossos leitores
“Sem Padrinho” sempadrinho@gmail.com
Comentário:
Já vai sendo altura de alguém tomar providencias e a Guarda deixar de ser uma cidade controlada por estes indivíduos e seus “muchachos”. É triste quando o maior empregador da Região é a Câmara e para lá trabalhar ter de ser “afilhado” de alguém.. Continuam a dar migalhas para as aldeias e a serem eleitos! Coitadas das pessoas que não percebem que estão a ser prejudicadas!
 
Costa costaroloo@hotmail.com
Comentário:
Um roubo aos cidadãos que pagam o IMI e as taxas mais caras do país. Este Presidente da Câmara foi o maior fiasco de sempre, tal como o amigo Sócrates, Gastar, gastar e gastar. Um dia os empregados da Câmara ficam sem salário.
 
Xusto xusto@hotmail.com
Comentário:
As cunhas sempre funcionaram numa cidade de corruptos….por isso a Guarda está como está…Esquecida no interior…Mas o povo é que vota neles por isso…Merecem o que acontece…
 
Ratatui Ratatui@gmail.com
Comentário:
Vergonha… vergonha… vergonha… Quanto à alternativa… fraquinha… fraquinha… fraquinha…
 

Globos de neve há muitos e por menos
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