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Gil Barreiros descontente com CDOS e Governo Civil

Falta de diálogo sobre atribuição de viaturas desagradou à Federação de Bombeiros do distrito

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FBDG) não está satisfeito com a alegada falta de diálogo do Governo Civil da Guarda e do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) relativamente à atribuição de viaturas de combate a incêndios e desencarceramento recentemente entregues a corporações do distrito.

Gil Barreiros lamenta que este organismo não tenha sido auscultado nesta matéria, apesar de aplaudir a sua atribuição. «Não é um contra-senso. Aplaudir não quer dizer não dialogar», declarou, responsabilizando sobretudo o Governo Civil e o CDOS pela distribuição de quatro viaturas de desencarceramento e de Veículos Ligeiros de Combate a Incêndios (VLCI) «sem que a Federação de Bombeiros tivesse manifestado a sua opinião». No entanto, o dirigente reconhece que aqueles veículos são necessários, porque «todo o material que vier é bem vendido e há a consciência de que é um distrito que tem carências».

«A Federação não foi ouvida em nenhuma fase do processo de atribuição de viaturas. Tínhamos uma palavra a dizer e, pelo menos, ficaríamos a entender os critérios de atribuição dos carros, que não pomos em dúvida em termos da sua justiça, nomeadamente a atribuição de carros de desencarceramento que são para duas associações que não tinham este tipo de viaturas próprias e em zonas que têm alguma proximidade com grandes vias», referiu.

Gil Barreiros gostaria de saber quais foram as regras que levaram à atribuição dos veículos ligeiros de combate a incêndios, salvaguardando contudo que foram provavelmente atribuídas «a associações com carências». Mas interroga: «Qual é a associação do distrito que não tem carências?». Por outro lado, recorda que «havia compromissos anteriormente assumidos, nomeadamente a necessidade premente da Guarda ter um veículo desse tipo e, se calhar, num rácio de população que serve esta corporação comparada com aquelas a quem foram entregues os carros, seria urgente dotá-la com essa viatura, até tendo em conta o tempo que a Guarda está à espera e as promessas que já teve e outras que também as tiveram relativamente a veículos deste tipo e que nunca foram contempladas», criticou.

Esta «terrível falta de diálogo», que Gil Barreiros diz ser «incompreensível», não acontece «em muitos distritos do pais, porque as respectivas Federações de Bombeiros são assumidas como parceiros, além de que a Lei neste sector afirma que a Federação tem o direito de ser ouvida em tudo o que for política de Protecção Civil distrital». «É isso que se pretende e é a própria Lei que o diz, não por sermos parceiros, não para que concordemos com as coisas, mas para termos opinião», acrescentou Gil Barreiros. O presidente da FBDG reivindica uma «atitude diferente do que estava a ser habitual nas anteriores direcções da Federação», definindo o seu elenco como protagonista de uma «gestão de caserna, isto é, reunir com os presidentes e comandantes do distrito para que toda a gente fale dos seus problemas e dificuldades no dia-a-dia».

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