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Futuro da maternidade novamente ameaçado

Ministro da Saúde diz que serviços com menos de 1.500 partos poderão fechar ou ser fundidos

A fusão das maternidades dos três hospitais da Beira Interior volta a estar na ordem do dia. Anteontem, o ministro da Saúde admitiu o fecho e a fusão dos serviços com menos de 1.500 partos por ano, um critério que nenhuma das unidades da Covilhã, Castelo Branco e Guarda cumpre.

Segundo dados da Direção-Geral de Saúde (DGS) relativos a 2009, os últimos disponíveis, a maternidade da Guarda foi a que registou mais partos na região, 690, contra 594 no Centro Hospitalar da Cova da Beira, sediado na Covilhã, e 473 em Castelo Branco. Contudo, no ano passado, de acordo com números fornecidos pelas instituições a O INTERIOR (ver edição de 20/01/2011), a situação inverteu-se, tendo o CHCB contabilizado 654 partos, mais 32 que na ULS da Guarda, que se ficou pelos 622. Mesmo assim, são indicadores que estão muito abaixo dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como lembrou Paulo Macedo. «As maternidades que tiverem menos de 1.500 partos por ano não deveriam estar a funcionar», sublinhou, antes de acrescentar que «poderá haver os encerramentos que se justificarem». Isto porque «terá que se fazer o que for melhor e, mais uma vez, aquilo que os impostos dos portugueses possam suportar».

O governante aludiu à tentativa encetada por Correia de Campos em 2006 para referir que «agora toda a gente faz justiça ao ex-ministro da Saúde», pois a medida permite aumentar a qualidade do serviço prestado e diminuir a taxa de mortalidade infantil. De acordo com os dados da DGS, há 13 unidades no país com menos de 1.500 partos por ano. Na zona Centro são quatro: Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (473), Centro Hospitalar da Cova da Beira (594), Unidade Local de Saúde da Guarda (690) e Centro Hospitalar Oeste Norte (1.369). Entretanto, o ministro da Saúde revelou ter encomendado um estudo à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) uma carta hospitalar que deverá estar pronta até ao final do ano e que servirá de base à decisão do Governo quer para o encerramento ou fusão de maternidades, quer de outros serviços hospitalares. Contactado o presidente da ULS da Guarda, Fernando Girão escusou-se a comentar o assunto, dizendo tratar-se de «uma situação que diz respeito à tutela» e da qual ainda não foi oficialmente informado.

Luis Martins Nenhuma das maternidades da Beira Interior cumpre os indicadores da OMS

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