O Fundão vai ter uma Escola de Ensino Superior de Turismo agregada ao Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). De acordo com o autarca fundanense e o presidente do Politécnico, Valter Lemos, a ministra da tutela, Maria da Graça Carvalho, terá já prometido a escola numa reunião realizada em Lisboa no início da semana passada.
A aspiração remonta há alguns anos, desde o tempo do Governo de António Guterres, mas só agora a ministra da Ciência e do Ensino Superior (MCES) deu “luz verde” ao dossier apresentado pela autarquia fundanense e pelo IPCB, contrariando assim as decisões do seu antecessor, Pedro Lynce, que no ano passado cortou vagas e não permitiu a criação de mais escolas por falta de verbas e alunos para essas estruturas. Seja como for, Manuel Frexes garante que «a sétima escola do IPCB será instalada no Fundão», provavelmente em 2006. «A decisão está tomada e é irreversível», avisa, acrescentando desde já que o gabinete da ministra ficou «responsável por fazer tudo para aprovar a escola». Frexes está ainda «convencido» que no início do próximo ano lectivo serão assinados os protocolos para a constituição da tão ambicionada estrutura. E aí, avisa: «Se tudo estiver pronto em 2006, ai de quem se atravesse no caminho». Para o autarca, a criação desta escola é «uma das maiores conquistas» do Fundão após ter perdido em 1987 a Escola do Magistério Primário de uma forma «quase miserável». É que de todas as cidades que possuíam aquele grau de ensino, apenas o Fundão não foi contemplado com ensino superior, apesar de na altura se ter tentado uma ligação à Escola Superior de Educação do Politécnico ou à UBI.
«É a correcção de uma injustiça nestes últimos anos», frisou Manuel Frexes, para além de ser uma estrutura importante para o município depois de ter optado por traçar a própria estratégia turística ao sair da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). «A Escola de Turismo é uma mais-valia para a cadeia de valor acrescentado que temos criado no Fundão», sublinhou o autarca, para quem apenas faltava o ensino superior para completar a rede de ensino na hotelaria e turismo pelas Escola Profissional do Fundão e a Escola de Hotelaria e Turismo. «Temos o valor acrescentado e seremos um dos municípios mais importantes para o desenvolvimento de um destino turístico todo o ano» capaz de proporcionar riqueza e emprego. Para já, ainda não está definida a localização da futura Escola Superior de Turismo. Apesar de já ter «várias ideias» para fixar a nova estrutura, Manuel Frexes, prefere «saber primeiro os conteúdos e necessidades da escola», que estará a cargo do presidente do Politécnico, para só depois criar as condições necessárias. O responsável pelo IPCB já não está tão confiante como o autarca fundanense. Valter Lemos disse a “O Interior” que «não basta estalar os dedos com a declaração de alguém a dizer que será criada a escola. É preciso que o Governo crie os meios necessários para avançar, como as medidas legislativas e as orçamentais», acrescenta, depois da escola ser aprovada em decreto-lei.
