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Fundão quer plataforma intermunicipal para comemorar os 200 anos da Guerra Penínsular

Autarquia dá terça-feira o «pontapé de saída» para uma possível rota ibérica com um colóquio sobre a temática

Com o intuito de celebrar em 2007 os 200 anos da Guerra Peninsular, registada na História por ter sido aquela que uniu portugueses, espanhóis e ingleses contra os exércitos de Napoleão na Península Ibérica entre 1808 a 1814, a Câmara do Fundão vai promover terça e quarta-feira, na Enxabarda, uma conferência de Ana Cristina Araújo, especialista da Universidade de Coimbra.

«Este é o pontapé de saída» para comemorar os 200 anos das invasões francesas em Portugal e na região, sendo que o objectivo da Câmara do Fundão é motivar mais autarquias vizinhas para estas comemorações. «Queremos criar uma plataforma intermunicipal com os municípios por onde passaram as forças napoleónicas para criar uma rota ibérica», salienta o vereador da cultura Paulo Fernandes. O mote para essa rota será lançado com este colóquio, havendo já ideias para completar este possível programa plurianual com percursos pedestres, todo-o-terreno, animação cultural e turísticas, representações temáticas, semanas gastronómicas, actividades etno-musicais e de carácter mais científico, em parceria com as escolas. Daí que a autarquia esteja a envidar esforços junto de associações napoleónicas e centros de estudos portugueses e estrangeiros para obter um retrato mais fiel deste período que marcou essencialmente as zonas beirãs devido à ligação à fronteira espanhola.

«O Fundão está nesta linha para que a região se possa afirmar nas comemorações das invasões», salienta Paulo Fernandes, adiantando a possibilidade da região se unir a Espanha nesta efeméride. O vereador não quer que o Fundão fique indiferente a este período, até porque o concelho regista várias passagens das forças napoleónicas e o seu povo lutou para resistir ao invasor. É o caso de Alpedrinha, local de um dos massacres mais violentos das invasões a 5 de Julho de 1808. Na Enxabarda e pela Estrada Nova, construída em 1801 pelo Marquês de Alorna, D. Pedro de Almeida Portugal, passaram a 1 de Fevereiro de 1811 a acção de guerrilha do coronel Trant e as tropas do General Foy. Por isso, a Câmara pretende assinalar estes locais com marcos alusivos a àquele período marcante da História portuguesa. Foi nesta época, e pela primeira vez, que Portugal viu hastear uma bandeira estrangeira no território nacional, facto que nunca aconteceu durante os reinados dos Filipes de Espanha.

Liliana Correia

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