No mesmo dia em que a Altran inaugurou o Centro de Nearshore no Fundão, o presidente do município anunciou que a autarquia está em negociações com mais de 20 investidores para se instalarem no concelho. Inaugurada na passada quinta-feira pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, a nova unidade da multinacional francesa fica no pavilhão multiusos e representa um investimento superior a 6,8 milhões de euros que vai criar 300 postos de trabalho até 2018.
Durante a cerimónia, o governante elogiou a capacidade de trabalho do autarca fundanense e realçou que «o investimento tem que escolher um local para investir e aí “quem tem unhas, toca guitarra”». Paulo Portas defendeu que «numa economia aberta, tempo é dinheiro, e uma das condições essenciais para o país captar investimento é que a resposta seja segura e rápida», salientando que neste projeto da Altran «tínhamos três anos para instalar um centro de serviços que criaria 120 postos de trabalho». Contudo, «a negociação, a instalação e o começo do trabalho fez-se em menos de um ano, a empresa já tem mais de 100 colaboradores e foi hoje assinado um memorando para criar mais 200 postos de trabalho». O governante considerou ainda que «é preciso perceber que os centros de serviços, mais ou menos tecnológicos, são uma das áreas onde é possível criar emprego no interior». De resto, Paulo Portas afirmou que Portugal «está cada vez mais no GPS dos investimentos» e «está progressivamente a transformar-se num país que as multinacionais escolhem para instalar centros de serviços partilhados que dão emprego a muita gente».
Por seu turno, o autarca anfitrião mostrou-se satisfeito por o projeto da Altran dar um «passo decisivo rumo ao seu crescimento e consolidação no Fundão, na região e no país num contexto que todos sabemos ser de forte concorrência internacional pela atração deste tipo de investimentos». Paulo Fernandes agradeceu à multinacional francesa a «confiança depositada» por instalar na cidade o «maior Centro de Nearshore de toda a região interior e um dos mais importantes e avançados». O edil sublinhou que o Fundão «passa a ser uma improvável referência na captação de investimento» e um «exemplo do que pode ser a atração de centros de serviços para o nosso país, símbolo de superação e da ligação que nos atrevemos a estabelecer para o conhecimento e desenvolvimento entre várias zonas do mundo». Aproveitando a presença do vice-primeiro-ministro, o presidente do município prontificou-se para «continuar a trabalhar na valorização deste “cluster” de serviços, em franca expansão no nosso país, e que deveria evoluir para um polo de competitividade no âmbito do 20/20». Se assim for, o Fundão «disponibiliza-se para apoiar e receber a possível estrutura funcional que lhe der suporte», declarou.
O Centro de Nearshore da Altran no Fundão presta serviços de tecnologias de informação e engenharia de telecomunicações para empresas. O projeto remonta a 2009, altura em que a Altran Portugal investiu numa fábrica de software, através da plataforma Nearshore, com o objetivo de servir o mercado nacional e internacional. O centro do Fundão entrou em funcionamento em abril de 2013, com 30 trabalhadores e atualmente já tem 100 colaboradores, a maior parte «engenheiros com elevado perfil tecnológico» e «70 por cento» dos quais oriundos da região, indicou Célia Reis, diretora-geral da Altran Portugal.
Pavilhão multiusos «refuncionalizado»
O Centro de Nearshore da Altran funciona no pavilhão multiusos, uma «refuncionalização» que Paulo Fernandes defendeu «em nome da empregabilidade e da competitividade», pois transforma-se a estrutura «num centro de competências que crie valor».
O presidente do município recordou que «inauguramos hoje o Centro de Nearshore com uma capacidade instalada de cerca de 300 trabalhadores, ao qual iremos acrescentar um centro de formação onde planeamos vir a ter um Centro de Testes e várias academias de formação avançada e, no futuro próximo, estamos a conceber mais um espaço de serviços com dimensão semelhante a este, ficando aqui instalada uma capacidade superior a 500 postos de trabalho». O autarca mostrou-se satisfeito com os «passos já consolidados neste plano de inovação que representa hoje um potencial de emprego superior a 550 pessoas», mas a «ambição não para», estando já «abertos mais de 20 processos de negociação para a atração de novos investidores», anunciou.
Ricardo Cordeiro 
