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Fundador dos King Crimson no Gouveia Art Rock

Quinta edição do único festival português de rock progressivo com mais concertos em cartaz

O fundador dos King Crimson é o grande atractivo do quinto festival Gouveia Art Rock, marcado para este fim-de-semana no Cine-Teatro local. Robert Fripp actua, no domingo à noite, com o seu projecto Soundscapes & The League of Crafty Guitarists, formado por 12 guitarristas de sete países diferentes. Este concerto assinala o regresso do guitarrista britânico a Portugal, onde apenas actuou no início da década de 80 com os King Crimson. Este ano o festival é centrado na figura do guitarrista e, segundo a organização, será «a maior edição de sempre em número de concertos».

«Robert Fripp constitui uma figura incontornável do progressivo mundial, cotando-se muito provavelmente como o mais influente músico deste género», acrescentam os promotores do único festival português de rock progressivo, que se realiza ininterruptamente na “cidade-jardim” desde 2003. Outro destaque desta edição são os franceses Magma, surgidos em 1969 (tal como os King Crimson), e que actuam pela primeira vez no nosso país, antes de Robert Fripp. Fundado pelo baterista e compositor Christian Vander, o grupo assumiu-se desde cedo como uma das bandas de rock progressivo mais originais e vanguardistas, com influências que vão da música clássica de Carl Orff, Belá Bartok e Igor Stravinsky ao jazz de John Coltrane. No domingo, entre aqueles dois concertos, acontece ainda uma estreia absoluta no Gouveia Art Rock, com um recital aberto à população na Igreja de S. Pedro com o Metamorfosi Duo (Itália), do guitarrista clássico Christian Saggese e do trompetista de jazz Luca Calabrese. Até lá, o festival começa sábado à tarde com os portugueses Miosótis, seguindo-se os madrilenos Kotobel. Criados em 1999 pelo compositor e pianista Carlos Plaza Vegas, são apresentados como «uma das mais brilhantes estrelas do actual firmamento do progressivo espanhol».

Ao final da tarde sobe ao palco o California Guitar Trio, do japonês Hideyo Moryia, do norte-americano Paul Richards e do belga Bert Lams, três ex-membros da League of Crafty Guitarists de Robert Fripp. Este trio, que interpreta música totalmente instrumental, transpõe para guitarras acústicas peças de compositores clássicos, como Bach e Beethoven, e modernos, como Yes, Queen e John McLaughlin. A primeira proposta da noite chega com o Metamorfosi Duo, actuando depois a banda germano-americana Tuner, enquanto os suecos Isildurs Bane regressam a Gouveia [actuaram em 2004] para encerrar esta primeira. Mas não vêm sozinhos, já que tocam com o flautista Björn J:son Lindh. Domingo será o grande dia do festival, com os concertos de Robert Fripp (21h30) e Magma (16h30), cabendo ao projecto Caamora (Inglaterra/Polónia) abrir uma jornada que promete ficar para a história do Gouveia Art Rock. Clive Nolan (piano, teclados e canto) e Agneiszka Swita(canto) apresentam um repertório de canções filiadas no estilo neo-progressivo. Além da música, o festival, organizado pela Câmara de Gouveia e a associação Portugal Progressivo, conta ainda com uma mesa-redonda dirigida pelo professor da Universidade de Lund (Suécia) Thomas Olsson, uma exposição fotográfica e o lançamento de uma brochura sobre este género musical.

Luis Martins

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