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Funcionários do Hotel Turismo querem mês e meio por ano de trabalho

Final do vínculo laboral dos trabalhadores à empresa municipal está previsto para 30 de Outubro

O despedimento colectivo dos actuais 32 trabalhadores do Hotel Turismo da Guarda é mesmo um ponto assente e a data apontada para o final do vínculo laboral dos funcionários à empresa municipal é o dia 30 de Outubro. Entretanto, continuam a decorrer negociações entre a Câmara e uma comissão de trabalhadores, mas ainda não há acordo quanto ao valor da indemnização. A autarquia quer pagar apenas um mês de salário por cada ano de trabalho, valor definido por lei, enquanto que os trabalhadores pretendem mês e meio.

O presidente da direcção regional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, que esteve presente numa reunião entre a advogada do município no processo e a comissão de trabalhadores realizada na última segunda-feira, adiantou a O INTERIOR que os representantes dos funcionários mostraram o seu «descontentamento» pela proposta que a autarquia tinha apresentado numa outra reunião que teve lugar na quinta-feira passada. Reunidos em plenário na sexta-feira, os trabalhadores mandataram a comissão «para fazer chegar junto do presidente da Câmara a afirmação de que não compreendem a forma como está a ser decidido o pagamento da indemnização apenas de um mês por cada ano de trabalho», indicou António Baião. Neste sentido, os funcionários manifestaram «o desejo de ver ressarcido o seu comportamento ao longo dos anos na unidade», bem como «o trabalho que prestaram com todo o cuidado e toda a dedicação à unidade». Assim, «veriam com bons olhos que houvesse uma reconsideração por parte do presidente da Câmara em relação a essa proposta», tendo apresentado uma contra-proposta de «mês e meio por cada ano de trabalho», indicou. Deste modo, a comissão fica a aguardar uma contra-proposta da autarquia relativamente a esta questão, «sendo que nos foi avançado que se tratam de dinheiros públicos e que se torna difícil apontar um outro valor». Um argumento que não convence o sindicalista: «Achamos que os 3,5 milhões de euros que vão passar para a Câmara através da venda da unidade ao Instituto de Turismo de Portugal seriam o suficientes para dar mais qualquer coisa aos trabalhadores», defende.

António Baião sublinhou que a autarquia «tem em cima da mesa a possibilidade de programas ocupacionais para alguns destes trabalhadores logo a partir do momento em que o hotel encerre», havendo também a esperança de que «alguns poderão ficar no projecto do Hotel-Escola» por parte do ITP. «Mas isto são tudo pressupostos e tudo palavras. Os trabalhadores, especialmente, aqueles de menos idade estão extremamente preocupados em relação ao seu futuro», frisa. Tratam-se de 10 a 12 pessoas que têm entre os 40 e os 50 anos, havendo ainda o caso de uma jovem com 30 anos. Entretanto, durante este mês deverá ser marcada uma nova reunião para finalizar o processo de despedimento colectivo.

O dirigente sindical defende que o Hotel Turismo poderia ter todo outro destino, considerando que o Hotel «poderia ter sido mais bem tratado pela autarquia do ponto de vista até de declarações de vereações anteriores que disseram algumas coisas menos abonatórias em relação à unidade». É que se trata de um hotel «localizado no centro da cidade, com características específicas, mesmo até do ponto de vista arquitectónico» e que «bastaria ter havido outro tipo de comportamento, mesmo até quando ele estava na posse dos privados e talvez com alguns melhoramentos que se exigiram na altura, hoje pudesse ser a jóia da coroa em termos da hotelaria na cidade».

Ricardo Cordeiro Trabalhadores querem ver recompensada a sua «dedicação» à unidade»

Comentários dos nossos leitores
José jotac3@sapo.pt
Comentário:
Até que nem acho mal: já são funcionários públicos.
 

Funcionários do Hotel Turismo querem mês e
        meio por ano de trabalho

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